Qual a cor da liberdade? É verde, verde e vermelha.
. Quase, quase cinquenta anos reinaram neste país, e conta de tantos danos, de tantos crimes e enganos, chegava até à raíz.
. Qual a cor da liberdade? É verde, verde e vermelha.
. Tantos morreram sem ver o dia do despertar! Tantos sem poder saber com que letras escrever, com que palavras gritar!
. Qual a cor da liberdade? É verde, verde e vermelha.
. Essa paz de cemitério toda prisão ou censura. e o poder feito galdério, sem limite e sem cautério, todo embófia e sinecura.
. Qual a cor da liberdade? É verde, verde e vermelha.
. Esses ricos sem vergonha, esses pobres sem futuro, essa emigração medonha, e a tristeza uma peçonha envenenando o ar puro.
. Qual a cor da liberdade? É verde, verde e vermelha.
. Essas guerra de além-mar gastando as armas e a gente, esse morrer e matar sem sinal de se acabar por política demente.
. Qual a cor da liberdade? É verde, verde e vermelha.
. Esse perder-se no mundo o nome de Portugal, essa amargura sem fundo, só miséria sem segundo, só desespero fatal.
. .Qual a cor da liberdade? É verde, verde e vermelha.
. Quase, quase cinquenta anos durou esta eternidade, numa sombra de gusanos e em negócios de ciganos, entre mentira e maldade.
. Qual a cor da liberdade? É verde, verde e vermelha.
. Saem tanques para a rua, sai o povo logo atrás: estala enfim, altiva e nua, com força que não recua, a verdade mais veraz.
. Qual a cor da liberdade? É verde, verde e vermelha.
Jorge de Sena, 1974
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59 comentários:
Parabéns, parabéns por trazeres aqui este estupendo poema de Sena!
Abril, sempre!
Um abraço, companheira.
Um belo poema Meg.
Deixo um beijo pra ti
Querida Meg
e verde de esterançá e vermelha do sangue que poela o derramaram
Abril sempre
amiga
Meg. É neste cantar em poesia e liberdade,que sempre direi Abril,verde,verde e vermelho,sempre aqui e agora.
Beijinho de amizade
Obrigado pelo belo poema de Jorge de Sena.
A liberdade, sendo verde e vermelha, é de todas as cores, não fosse o céu azul e o sol amarelo...
Um beijo, Meg.
E um cravo, este sim, Vermelho!
Verde rubra, com toda a certeza!
Abraço do Zé
A cor da Liberdade, são as cores do arco-íris.
Lindo o poema de Jorge de Sena,
deixa-me com os olhos brilhantes, a sua clareza.
Bonita a imagem que escolheste para ilustrar o post.
Beijinhos, Meg.
Querida Amiga,
Este poema do Jorge de Sena transportou-me para alguns anos atrás, num dia de festa de Abril, talvez o mais feliz dia de Abril depois do da libertação de 74.
Lindo momento vivi outrora como agora, calcorreando as palavras do passado para o presente.
Lindo Amiga.
Deixo-te um beijo com sabor a Liberdade,
Maria Faia
Qual a cor da liberdade? Também não sei, mas sei que este poema é maravilhoso...
beijo
São,
É preciso repensar abril, minha amiga.
Um abraço
Menina do Rio,
Jorge de Sena era um dos nossos poetas maiores.
Um beijo
Alexa,
E foi tanto o sangue derramado!
Um abraço
Lisa,
E neste momento em especial, precisamos de pensar Abril.
Um beijo
Maria,
Verde e vermelha, mas também de todas as cores... a liberdade é como o arco-íris.
Um beijo
Zé Povinho,
Sem dúvida, sabemos nós.
Um abraço
Carminda,
Coincidimos no arco-íris também.
É da cor que nós a quisermos.
Beijo grande
Maria Faia,
Acho que este ano, o 25 de Abril tem um significado reforçado... impõe-se a sua comemoração, mais que nunca, Amiga.
Um beijo
Sónia,
Nós sabemos a cor da liberdade e muitos ainda se lembram da falta dela.
E Jorge de Sena é um dos grandes poetas.
Um abraço
A cor da liberdade só pode ser de todas as cores do arco-íris.
Beijinhos
Bem vindo Jorge de Sena!
A liberdade é essencialmente...colorida! De sangue, suor, dor e incondicional...amor!
Um cravo para ti, Meg
Beijo
A liberdade é da cor do nosso olhar. Hei-de morrer a olhá-la!
Um grande abraço
Jorge de Sena retrata aqui com toda a clareza e verdade o "antes" da liberdade.
"Essa paz de cemitério
toda prisão ou censura.
e o poder feito galdério,
sem limite e sem cautério,
todo embófia e sinecura."
Era a paz podre que se vivia.
Mas, no final "saem tanques para a rua, sai o povo logo atrás" !
Muito forte, este belo poema.
Muito boa a ideia de o partilhares.
Uma noite feliz
Beijinhos
Mariazinha
PS - AMANHÃ, APESAR DE NÃO SER DOMINGO, VOU PUBLICAR, NA "CASA", UM POST ALUSIVO AO 25 DE ABRIL, DE QUE CONSTA, ENTRE OUTROS, UM POEMA DO HUMBERTO-POETA.
Viver sempre com esperança dum Abril e morrer sem o ver - quantos não terão pensado nesse dia "que pena não estares vivo, amigo!".
Mas é também triste ter crescido a ver Abril esmorecer-se, sem esperança de outro Abril a ouvir um povo inteiro, resignado, a dizer que não há alternativa! Trágico: entre 10 milhões de almas, há apenas duas que são solução!
Um abraço em estado de não-poesia em dia que me estou nas tintas para a grámática e para a ortografia
Um belo poema de um dos meus poetas preferidos.
A Liberdade, um bem supremo que nunca devemos esquecer. É um legado de Abril.
Feliz 25 de Abril.
Beijinhos.
Meg
Este poema transportou-me para aquele dia memor+avel que foi o dia 25 abril de 74,já lá vão 35 anos, é verdade, mas conservamos esse dia na memória, pois as peripécias foram muitas, aliadas a alguns perigos, mas valeu bem a pena esse dia cheio de emoções que restituiu a liberdade e a alegria a um povo, bem carente delas.
Deixo-te um abraço com cheirinho a Abril
Querida Amiga,
Venho desejar-te um feliz dia da Liberdade Que as comemorações sejam vivas e significantes e a Liberdade não se perca no horizonte.
Um abraço amigo,
Maria Faia
Verde e vermelho: cores da esperança e dos amores. Também cores da liberdade. Repensar abril: é preciso.
Beijo, Meg.
Vieira Calado,
Também estou de acordo contigo.
Um cravo, mas vermelho, num abraço
Utopia das Palavras
Ausenda,
Pena que tenha sido fruto de tanta dor e tanto sangue...
Também para ti, um cravo.
Um abraço
Cara MPS,
E o nosso olhar pode ter todas as cores da paleta da vida.
Façamos tudo para não perder a Liberdade.
Uma braçada de cravos vermelhos, para ti.
Um abraço
Mariazita,
Jorge de Sena foi mais um dos muitos poetas que ao 25 de Abril dedicaram alguns dos mais belos poemas.
É altura de recordá-los, hoje mais que nunca.
Cravos para ti, com um beijo
Mariazita,
Voltei para te dizer, que depois demaisum dia de trabalho -hoje - irei visitar-te e ler o Humberto-Poeta.
Beijo
Amigo Pata Negra,
...Mas é também triste ter crescido a ver Abril esmorecer-se, sem esperança de outro Abril a ouvir um povo inteiro, resignado, a dizer que não há alternativa!...
E é com este espírito que este ano comemoramos mais um ano sobre o 25 de Abril, meu amigo!
Um cravo para ti também, num abraço
Isabel,
É um bem que esperamos não voltar a perder, minha amiga.
Mas os tempos são de alerta.
Um cravo vermelho para ti.
Um beijo
Anamarta,
O cheirinho de Abril tem vindo a desvanecer-se, minha amiga, por isso temos de recordar, cada vez com mais empenho, os que imortalizaram Abril nas suas palavras. E Jorge de Sena foi um deles.
Um abraço e um cravo vermelho
Maria Faia,
O meu 25 de Abril será passado a trabalhar, o que hoje em dia é um previlégio... muitos o desejariam passar assim.
Uma braçada de cravos para ti.
Um beijo, Maria
Nydia,
Este é o nosso dia da Liberdade, minha amiga, e temos de fazer tudo para que ela seja mantida.
Por isso clamamos por Abril.
Um beijo
Uma Página Para Dois,
Eduardo,
Gosto muito de Mário Quintana, um grande poeta da língua portuguesa.
Muito obrigada, e um bom fim de semana.
Um abraço
Qual a cor da liberdade?
25 de abril...
Qual a cor da esperança?
25 de abril...
Qual a cor de Portugal?
25 de abril...
Bom fim de semana.
Abraço
marinheiroaguadoce a navegar
Querida Meg:
Excelente este poema de Jorge de Sena!
Deixo-te cravos neste Abril verde e vermelho aqui cantado.
Beijos
Olá!
Lindo este poema :=)
Obrigada por o relembrares.
Beijocas
Um cavo vermelho para ti
25 de Abril
de novo
Caro Moacy,
A Esperança tornou-se Realidade em Liberdade num 25 de Abril cada vez mais...longe.
Um abraço amigo
Marco,
Um bom fim de semana para ti também, com muitos cravos.
Um abraço
Querida Papoila,
Não deixemos esquecer os poetas de Abril.
Um beijo
Mjf
É o mínimo que posso fazer, minha amiga.
Cravos para ti também.
Um abraço
Mar Arável,
É verdade... DE NOVO, meu caro amigo.
Um abraço
O que resta do 25 de Abril?
Poemas, só poemas, tudo o resto tem desaparecido aos poucos...
Eu sei, Meggy. Mas a mim também se me arrepia a alma, pelo que sei, pelos acenos de amigos que sei.
Com o cravo e o poema, não fiques para traz ó companheira.
Beijo a ti, minha amiga de tão longínquas paragens!
Meg
Que Abril não se fique pelas palavras.
Acho que é necessário fazer mais.
Abraço
Meg
Obrigada pela apreciação aos poemas - não são da minha autoria,(infelizmente) foram-me enviados pelos autores, mas o orgulho de os ter publicado é meu :)))
Tens toda a razão, o 25 de Abril não se esgota em poemas.
Cada vez mais é necessário relembrar os seus ideais, os seus valores, as suas intenções, que andam a ser muito desprezados.
Um bom domingo e um beijinho de boa noite.
Mariazita
Peter,
Restam os poemas e uma boa dose de amargura e pessimismo.
Um abraço
Bettips,
Para trás... NUNCA!
Mas com o coração nas mãos.
Um beijo
Amigo Amaral,
Basta olharmos à nossa volta.
Tanto a fazer, a corrigir.
Um abraço
Mariazita,
Temos de continuar à procura, minha Amiga. Não podemos baixar os braços.
Um beijo
Jorge de Sena, magistral!!!
Obrigado.
Amigo Namibiano,
Um poeta esquecido no 25 de Abril.
Um abraço
Olá Meg, boa tarde linda.
Obrigada por nos trazeres Jorge de Sena e este Poema tão belo.
Quanto a mim, a liberdade para além de ser verde e vermelha, tal como ele diz, tem realmente de ter todas as cores, todas, inclusivamente a do amor e a da poesia.
Beijos
Maria Mamede
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