photo f76ad0d3-f0bd-4682-be7d-460653fdc66b.jpg

26 de setembro de 2009

A Gripe

.
.
.
Ela... chegou, viu e venceu-me... estou KO!!!!
.
.

.
Em véspera de eleições, só tenho forças para vos pedir...
.
.
VOTEM...bem
.
.
.

21 de setembro de 2009

De que se ri, senhor ministro?

. . Se soubessem as voltas que este poema deu até chegar aqui...! Depois eu conto... . .
http://aspalavrassaoarmas.blogspot.com/

.
Numa perfeita foto do jornal senhor ministro do impossível
vi enlevado e eufórico e perdido de riso o seu rosto simples
serei curioso senhor ministro de que se ri? de que se ri?
da sua janela vê-se a praia mas ignoram-se os bairros de lata
têm seus filhos olhos de mando mas outros têm o olhar triste
aqui na rua acontecem coisas que nem sequer se podem dizer
os estudantes e os trabalhadores põem os pontos nos ís
por isso digo senhor ministro de que se ri? de que se ri?
O senhor conhece melhor que ninguém a lei amarga de estes países
os senhores são duros com a nossa gente por quê com os outros são todo servis
porque alienam o património enquanto o gringo nos cobra o triplo
porque atraiçoam os senhores e os outros os bajuladores e os senis
por isso digo senhor ministro de que se ri? de que se ri?
aqui na rua os seus guardas matam e aqueles que morrem são gente humilde
e os que ficam chorando de raiva por certo pensam na desforra
algures na prisão os seus homens fazem sofrer o homem e isso não serve
além do mais o senhor é o mastro principal de um barco que vai a pique
serei curioso senhor ministro de que se ri? de que se ri?
.
«««o»»»
Mário Benedetti
De qué se ríe? (seré curioso?)
En una exacta foto del diario señor ministro del imposible
vi en pleno gozo y en plena euforia y en plena risa su rostro simple
seré curioso señor ministro de qué se ríe de qué se ríe

de su ventana se ve la playa pero se ignoran los cantegriles
tienen sus hijos ojos de mando pero otros tienen mirada triste
aquí en la calle suceden cosas que ni siquiera pueden decirse
los estudiantes y los obreros ponen los puntos sobre las íes
por eso digo señor ministro de qué se ríe de qué se ríe
usté conoce mejor que nadie la ley amarga de estos países
ustedes duros con nuestra gente por qué con otros son tan serviles
cómo traicionan el patrimonio mientras el gringo nos cobra el triple
cómo traicionan usté y los otros los adulones y los seniles
por eso digo señor ministro de qué se ríe de qué se ríe
. aquí en la calle
sus guardas matan y los que mueren son gente humilde
y los que quedan llorando rabia seguro piensan en el desquite
allá en la celda
sus hombres hacen sufrir al hombre y eso no sirve
después de todo
usté es el palo mayor de un barco que se va a pique
seré curioso señor ministro de qué se ríe de qué se ríe.
. .
Agradeço a tradução ao Cid Simões, do blog
AS PALAVRAS SÃO ARMAS
«««««o»»»»»
Mário Benedetti, 1920-2009 Escritor uruguaio (Paso de los Toros, Tacuarembó, 14.9.1920 – Montevidéu, 17.5.2009).
A sua obra, reconhecida internacionalmente sobretudo a partir do romance La tregua (1960), depois passado ao cinema por Sergio Renán, reparte-se pela poesia, o conto, o teatro, o romance e o ensaio. Director do Departamento de Literatura Hispano-americana da Faculdade de Humanidades e Ciências da Universidade da República, as vicissitudes da política no seu país forçam-no ao exílio, a partir de 1973, na Argentina, Perú, Cuba e Espanha, regressando ao Uruguai em 1983, onde integrou a redacção de uma nova revista literária, Brecha, iniciando o que ele próprio designou como «desexílio».
Em 1987, recebeu, em Bruxelas, o prémio da Amnistia Internacional pelo romance Primavera con una esquina rota (1982), e, em 1989, foi distinguido com a Medalla Haydeé Santamaría, concedida pelo Estado cubano, onde criara e dirigira (1968-1971) o Centro de Pesquisas Literárias da Casa de las Américas. Em 1999, foi-lhe concedido o Prémio Rainha Sofia de Poesia Iberoamericana e, em 2000, o Prémio Iberoamericano José Martí. A Universidade Internacional Menéndez Pelayo distinguiu-o, em 2005, com o Prémio Internacional Menéndez Pelayo.
Benedetti escreveu mais de 80 livros de poesia, romances, contos e ensaios, assim como roteiros para cinema. A sua obra foi traduzida para mais de 20 idiomas e é considerado um autor de primeiro plano da literatura latino-americana contemporânea.
.
.
Poema de Mário Benedetti De que se ri? (serei curioso?)

16 de setembro de 2009

Quem diria... Camilo!!!

.
.
.
Tourada, de Ema Berta . .
"Sr. Presidente! Que me não queiram persuadir de que estou em casa de orates! Que é isto? Que bailar de ébrios é este em volta de Portugal moribundo? Como podem rir-se os enviados do povo, quando um enviado do povo exclama: Não tireis à Nação o que ela não vos pode dar , governos! Não espremais o úbere da vaca faminta, que ordenhareis sangue! Não queirais converter o clamor do povo em cantorias de teatro! Não vades pedir ao lavrador, quebrado de trabalho, os ratinhos cobres de suas economias para regalos da capital, enquanto ele se priva do apresigo de uma sardinha, porque não tem uma pojeia com que comprá-la." . Camilo Castelo Branco, in "A Queda de Um Anjo"
1866 . .
.

7 de setembro de 2009

O Livrinho Vermelho...

. . .
Ex-citações de MAU de ZÉ y CHUNGA
.
"SÓ HÁ UM PORTUGAL... AMA-O OU DEIXA-O!
.
"(o último a sair apaga a luz e fecha a porta do aeroporto!)"
.
MODO DE USAR . . Como qualquer bom remédio para os males desta vida (que se pretende livre de prisão de ventre para toda a gente!) este livro de Ditos, Frases, Fotos dos “Anarkas” e não só... – é para ser usado sem segundas intenções. A falta de cumprimento desta contra-indicação tira quaisquer responsabilidades aos seus inventores, quanto ao aparecimento de efeitos secundários. Este livrinho é, pois, para tomar ao natural, desopilar o fígado e aliviar-lhe a bolsa (mesmo que não a tenha no estômago). Pode ingeri-lo todo de uma vez (por exemplo, enquanto espera pelo subsídio de férias...) ou às colheres (na casa de banho, quando vai na rua e não quer “reparar” num credor, nas partes chatas dos plenários ou nas “baldas” do escritório... É escusado agitá-lo antes de usar, porque as drogas que o compõem já estão bastante espalhadas pelas paredes das ruas e retretes deste País. Guarde-o onde quiser, embora só com arejamento ele possa manter as qualidades de frescura das suas intenções. No caso do conteúdo do que tem na mão lhe provocar irritações de qualquer tipo, amargos de boca ou dificuldade de engolir... você está tão doente que nem o 25 de Abril o conseguiu curar! Finalmente se quiser armar naquilo que não é (mas gostaria de ser...) pode trazer esta receita debaixo do braço, levá-la para os comícios ou pendurá-la ao pescoço, com um cordel, pelo buraquinho que aparece lá em cima. Mais; até pode dizer com toda a cagança - "ninguém tem um igual ao meu" (salvo seja!). Realmente, se comparar com qualquer outro...


"Quando passar um político, não te deves rir de esguelha:
primeiro porque é má educação;
segundo, porque a culpa pode não ser inteiramente dele!!!"
.
. Este livro teve a colaboração dos ANARKAS (e não só...) deste País Tiragem: 5000 exemplares. Outubro de 1975 . . .