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21 de abril de 2008

Adeus Irmão Branco






ADEUS, IRMÃO BRANCO!
ADEUS,
meu irmão branco, boa viagem!
Chegou a hora de você voltar
para a Europa, a sua terra.
Quando você chegar, há-de falar
dos encantos que encerra
esta África Negra, tão distante,
tão distante, irmão branco...
Pois eu quero, neste instante
da partida, pedir-lhe uma promessa:
-Não se esqueça da alma do negro,
não se esqueça!
Você há-de falar das terras africanas,
da mata e da cubata,
dos montes e das chanas;
mas não se esqueça da alma.
Você há-de falar do sol fogoso,
de caçadas e queimadas,
das noites que viveu em
no mais feiticeiro gozo;
mas não se esqueça da alma.
Vai falar do café, do algodão, do sisal,
da fruta tropical, enfim de toda a flora;

mas não se esqueça da alma.
Você há-de falar dos negros no seu mato,
da negra tentadora
de corpo sensual,
mostrando até retrato;
mas não se esqueça da alma.
Adeus, meu irmão branco!
Lá na Europa,
quando falar da tropical paisagem,
não se esqueça da alma do negro.
Adeus, meu irmão Branco,
viagem!
.
.
[Geraldo Bessa Victor]
.
.
Geraldo Bessa Victor é natural de Luanda, onde nasceu em 1917.
Concluiu o Liceu em Luanda, sendo, então, empregado bancário.
Licenciou-se em Lisboa, em Direito.
Em 1973 decidiu-se pelo término de sua carreira de escritor.
Vive em Portugal.
.
.
«««««<>»»»»»

51 comentários:

José Lopes disse...

Começo pelas imagens, que me agradaram muito, e que ligam bem com o texto.
Para quem de lá veio, mesmo que nunca tenha regressado, o adeus não existiu verdadeiramente, ou pelo menos só foi físico, porque a memória e as lembranças sobreviveram aos traumas. No espírito há coisas que não se apagam.
Cumps

anamarta disse...

Olá Meg
Lindo post este! as imagenssão lindíssimas! Eu nunca estive em África, mas tenho amigos que lá naceram e viveram e em todos eles existe essa saudade de que o poema fala.
Beijos carinhosos

Bípede Implume disse...

Amiga
Voltámos à normalidade. Ou seja à qualidade. Sempre tudo muito cuidado, muito bom. Mas agora com mais calor.
Grande abraço de amizade.

Carminda Pinho disse...

Meg
Este poema emocionou-me.
Imaginei a despedida, naquela altura e, deve ter sido tão dura para todos, Meg.
Não esqueceste a alma, não esqueceste...

Um post completo, de bom gosto, com a sensibilidade a que nos habituaste.
Parabéns!

Beijos

Maria disse...

A proximidade do 25 de Abril torna-me mais chorona :)... sofro por antecipação, emociono-me por antecipação, quando tenho a "carapaça" guardada.
Este post emocionou-me.
Porquê? Porque sim!

Obrigada.
Beijinhos, Meg

bettips disse...

Lindo e sentido, poema de alma, Meg
Bjinho

Meg disse...

Guardião,
Tu sabes, tu entendes-me.Estou muito feliz por te ver aqui.
Um abraço

Meg disse...

Anamarta
Não foste lá, mas eu trago-ta aqui, sempre que for possível
A tua lus ilumina esta casa.
Um abraço

Meg disse...

Isabel.
Vou tentando procurar não desiludir tantos amigos que aqui vieram.~
Bom fim de semana e um abraço

Meg disse...

É Carminda, é das poucas coisas que vale a pena não esquecer, pois sempre nos servem de refúgio.
Tem um bom dia. Um abraço

Meg disse...

Maria, estou a entrar na "ressaca", juntemo-nos, pois agora é que a "coisa está a bater mais forte.
Um bom dia para ti e um abraço

Meg disse...

Bettips,
A tua presença aqui, quando a ressaca começa a apertar, é uma benção, minha amiga. Talvez tenha de estar em off uns dois dias
talvez.
Um abraço bem grande!

Amaral disse...

Meg
Belíssimas fotos e um poema excepcional, que nos faz pensar.
Quanto à carreira do autor foi pena ter-lhe posto fim.
Boa semana
Abraço

MPS disse...

A magia que se desprende da pintura africana encanta-me como poucas: cativa, seduz, faz apetecer entrar nela.

Gosto desta despedida - que diz como não foi mas como devia ter sido.

Um abraço

Meg disse...

Amigo Amaral

Foi pena sim, mas talvez tivesse deixado de ter sentido aquilo porque tinha lutado. Depois de 74 muitos ficaram pelo caminho. O objectivo tinha sido conseguido, e repara que vive em Portugal.
Um abraço por teres vindo aqui. Como vês estou a colocar os links e ainda faltam bastantes.
Mais uma vez a minha gratidão.

Meg disse...

Querida MPS,
A sua presença aqui é-me muito
significativa, porque de África, Angola e Moçambique são a maior parte das minhas memórias. Só não nasci lá, mas como fui para Angola um ano de idade... acho que sou mesmo de lá.
Ainda ontem descobri aqui na net imagens de 2 colégios onde estudei, e do Liceu onde fazia os axames.
Só por uma espécie de pudor não publiquei.

Mas África e os seus escritores, poetas, artistas plásticos terão um lugar de honra neste casa.
E por afinidade, também os brasileiros.

Comecei por publicar portugueses, mas depressa fui dissuadida de tal... para os ler é só ir aos livros.
Foi muito bom este palpite.
Peço desculpa porque esta
foi uma resposta muito longa, mas as vezes quando começo a escrever, vou por aí em diante e esqueço-me que não estou a escrever para a "gaveta".

Receba um abraço de quem a estima e admira muito, desde que a conheceu.
Meg (mesmo)

Porca da Vila disse...

Nunca estive em África, mas imagino o que será a saudade de quem lá nasceu, especialmente aos noventa anos como o autor que agora nos deste a conhecer!

Bem-Vinda de novo às 'lides'. Vejo que a coisa vai. Devagar [como deve ser], mas vai!

Um Xi Grande

SILÊNCIO CULPADO disse...

MEG
As imagens são fabulosas e o poema entra em nós com o seu refrão.
Eu diria também quando falarmos de nossos irmãos brancos: não se esqueça da alma.
Abraço

Meg disse...

Silêncio, é só o que quero... proporcionar uns momentos em que nnos esqueçamos do que nos rodeia.
Estas imagens e estas palavras são um refrigério.
Virá o tempo de tratar de outros assuntos, mas agora preciso de acabar os links e responder a uma quantidade de mails. de pessoas que não conhecia de todo e que tiveram a gesto de solidariedade que me fizeram acreditar que essa é a regra. O resto são tristes excepções. Para ignorar.

Um abraço e obrigada por vires ter
aqui comigo.

Meg disse...

Amiga Porca, vês não estou habituada a esta forma de responder aos meus amigos, e devez em quando lá fica um para trás.
Sim Amiga Porca, nunca me fui embora, sé desanimei e nem foi pelo blogue. Adiante.
Olha, gostas da minha casa própria? com manutenção e de cuja manutenção me posso encarregar?

Porque nunca mais vou correr o risco que corri, nem que seja o Papa.
Já tirei uma fotografia para a posteridade. Dos restos nada a fazer, a conta simplesmente não existe.

Porca é disto que eu gosto, e se forem um bocadinho felizes ao lerem e ao contemplarem, que mais quero.
Temos eruditos são para outros seres

Gostei tanto de te ver aqui! Esta casa é tua, Amiga Porca

UM XI PA TI

Odele Souza disse...

Meg,
As imagens e o texto estão em perfeita sintonia. Ambos são lindos.

Agora deixa que eu te diga: Estou gostando muito do lay out deste teu blog. E a cor da letra está muito bem para o fundo.

Um abraço querida.

São disse...

Estupendo post, tanto pelo poema como pelas ilustrações!
E eu que de África só conheço Cabo Verde...
Abraço.

Meg disse...

São,
São essas palavras que me dão ânimo para continuar e ter resolvido que é mesmo este o blogue onde vai ficar A Recalcitrante.
Aos amigos o devo e agradeço,a aqui, a todos e cada um, e se me virem falhar, dada a falta de pratica, peço-vos que mo digam abertamente AQUI
Um abraço de muita gratidão

Meg disse...

Odele, ainda bem que gostas pois é mesmo aqui que a Recalcitrante vai ficar, mas sempre de OLHO VIVO.
Aqui há mais espaço e é mais difícil esconder-se um ou uma impostora.
Esta casa é tua.
E obrigada por teres vindo aqui já que estou a tentar repôr no blogue a que lhe lje faz falta.

Dois Abreijos

Agulheta disse...

Querida amiga.
Como gosto de ver este blog,a ficar como era qualidade! aquela que habituaste, pois tem de ser assim o poema é lindo fala de África e suas gentes,e da partida dos que lá fizeram história,as fotos linda no contexto,força amiga para a frente é o caminho nada de disistir.
Abraço de amizade e beijinho Lisa

Papoila disse...

Querida Meg!
Olha li com lágrimas nos olhos este belíssimo poema com a fantástica ilustração!
Sabes como me toca África!
Beijos

Anónimo disse...

um texto visceral, rico, de muita densidade e com imagens fascinantes e de grande impacto. para ser lido várias vezes. maravilha de post. abraços.

Meg disse...

Não é muito, Agulheta,
Mas é aquilo que gosto de fazer para vós e para mim também.
E mais uma vez te digo... há dois dias não pensei que chegasse aqui.
A TI,
A VOCÊS ,AMIGOS.

tODA A MINHA GRATIDÃO NUM ABRAÇO

Meg disse...

Fernando, como vê, mudei de instalações, mas o blogue vai seguir o mesmo, enquanto gostarem do que eu publicar.
Agadeço as tuas palavras, a literatura africana tem autores muito bons e perfeitamente desconhecidos.
um abraço em você

Peter disse...

Meg

Conheci pessoalmente Bessa Victor e adorei as aguarelas de Neves e Sousa, que ornamentam o aeroporto de Luanda.
Espero que tenhas resolvido o teu problema.

P.S. - A minha ausência é devido a não me encontrar a 100%. Por quanto tempo?

Maria Faia disse...

Querida Amiga,
Já tinha saudades de te visitar e sentir este "sabor" especial africano que ambas albergamos na alma...
Alma negra é a nossa, amiga. Embrulhada em vestes brancas, quantas vezes soltas e perdidas...
Venho deixar-te um carinho embrulhado em puro desejo de que estejas bem, que toda a mágoa tenha fugido de dentro de ti e a chama da amizade possa de novo brilhar lá para os lados do sino.
Só almas grandes conhecem o perdão e a tolerância...
Faz como eu. Um dia de cada vez, enterrando o passado e aprendendo com os erros dele para que não voltemos a cair. EMBORA MUITO DIFÍCIL CONTINUO A ACREDITAR QUE UM DIA SEREMOS CAPAZES.
Aprendi a ser amiga de ambos e, assim continuarei, com a certeza de que nenhum de nós é perfeito (e, ainda bem...O contrário seria uma monotonia...).

Um grande beijo amigo para ti.

Maria Faia

Zé Povinho disse...

Recordo com saudade a terra onde nasci, as águas em que me banhei, os caminhos que percorri e as gentes com quem partilhei as minhas brincadeiras de criança, o desporto, a companhia e o trabalho, com o decorrer do tempo.
As imagens e as vivências estão bem guardadas dentro de mim.
Abraço do Zé

anamarta disse...

Passei por aqui para deixar um beijinho e desejar-te uma boa noite.
beijos

Meg disse...

Peter, nós fomos uns privilegiados.

Claro que gosto de que gosto de te ver aqui, eu também gosto de frequentar a tua casa e ler o que escrevem - um beijo à Blue. Mas agora +e forçoso pôr isto nos carris, e como ando como tu...
Mas vamos conseguir meu caro Peter.
As tuas melhoras! E a minha grande gratidão

Meg disse...

Maria Faia, antes de mais nada, porque foi um assunto que deixei bem claro que o que se passa é entre duas pessoas, que, vá-se lá saber porquê, foram impedidas de resolver um pequeno problema no sítio onde sempre o fizeram e olha que foram muitos. Do lado de cá, sem espectáculo nem arraial que é coisa que ODEIO.
Portanto isto que fique bem claro. Aqui ninguém tem que tmar partido,
MAS ALGUÈM JÀ TOMOU, alguém que recebi de braços abertos e nem 24 horas passadas, AÍ ESTÁ-
A mentira e a imposturice t^m perna curta.

E talvez tenha sido quem "armou" "isto tudo",
Não quro mal a ninguém, e a quem isto interessa, sabe-o de há muito.
Da outra afinal continuo a querer distância, cada vez mais distância.

Vi que tinha mais aMIGOS DO QUE PENSAVA, TALVEZ NÃO TENHA DAQUELES QUE ESPANTAM A FReQUÊNCIA DE UM "blogue".

eEsta casa é tua, minha amiga e mantenho a oferta que te fiz, que temos muita áfrica para compartilhar.

Um beijo

Meg disse...

Anamarta.
Para ti também e já agora lê por favor o que disser agora à Maria Faia.
Um grande abraço

Meg disse...

Papoila, mais uma falha minha, e logo contigo que olhamos a África com os mesmos olhos e os mesmos sentires.
Ver-te aqui nesta casa nova, faz-me feliz

um grande abraço

Unknown disse...

Fico feliz por verificar que aos poucos vais voltando à normalidade.

Abraço.

marinheiroaguadoce a navegar

lupuscanissignatus disse...

alma

do tamanho

do sol

e da cor

da terra



abraço

Maria Faia disse...

Querida Amiga,

É esse pensamento positivo que sempre devemos ter. E, apesar de a vida nos oferecer, algumas vezes, momentos bem difíceis, o tempo tudo cura e o sol brilha todos os dias.
É o que te desejo e, como sabes terás a minha amizade. Até porque, tenho a certeza que essas nuvens passarão...
Aproveito para te dizer, mais uma vez, que esta tua nova casinha está um miminho lindo.

Um beijo amigo,
Maria Faia

Meg disse...

Marco,
Felizmente quando se têm amigos, são eles a grande mola que nos impulsiona a arranjar forças para ultrapassar certos percalços.
E sinto-me uma privilegiada... està à vista.
Obrigada, Marco, grande amigo!

Filoxera disse...

Fui lendo o q se passou, embora não ao pormenor.
Revoltante!

Meg disse...

Lupussignatus,
Em poucas palavras posso sentir uma
comunhão de pensamento, que te trouxe até aqui
Bem hajas e esta é a "nossa" casa agora.
Um abraço

(vou demorar um pouco mais a ir para "a estrada" mas espero que entendam.)

Mais um abraço

Meg disse...

Maria Faia, tu sabes o meu sentir.
mas sabes, estaria muito menos infeliz se não visse como já crescem parasitas que engordam da forma mais impostora e descarada deste tipo de folclore que só serve para destruir um blogue, por melhor que seja...e fazer dele um quintal...É tudo uma questão de educação, chá ou falta dele)e chinelos.
Sou tão alérgica a gente dessa como a beijos e mariquices.

Acho que com os diplomas deviam entregar a algumas pessoas doses industriais de chá, mas forte.

Se alguém tiver alguma coisa a dizer-me agradeço que o faça por mail, pois o meu está disponível.

Comentários, que não sejam correctos serão eliminados na hora.

Há um ditado muito antigo que diz: À terra onde fores ter faz como vires fazer.

E como estou no meu blogue e posso ser franca e sincera. tenho muita pena, e ele J.G. sabe disso, se pensar um bocadinho, que se as pessoas não se dirigem a ele, é porque ainda têm uma leve esperança de que o Sino volte a ser um blogue onde gostariam de voltar a comentar.

Maria, o que fiz aqui agora foi responder a perguntas que gostaria que me fossem feitas por mails.

Por isso espero que me desculpes.
Recebe um abraço, Maria

Meg disse...

Querida Filoxera,

Não te importas que te peça para leres o que disse à Maria Faia?
Eu bem não quero, mas há quem prefira uma praça por mais digna que seja, a um mail discreto, que existe para entre outras coisas, as pessoas falarem das sua empatias ou diferenças.

Obrigada pela tua presença aqui, como amiga que és.
Um abraço meu

Bípede Implume disse...

Venho desejar-te um 25 de Abril cheio de Liberdade.
Aproveito para denunciar outro caso de roubo pleno que está a acontecer num blog de uma amiga minha http://alzira.canalblog.com/.
Ela já se queixou ao Google e a pessoa continua a roubar,descaradamente, imagens e texto.
Com vês, amiga, este mundo está louco.
Grande abraço de amizade.

Belzebu disse...

Amiga Meg, venho pela primeira vez visitar o "teu" novo blog, após o apocalipse e verifico que estás em grande forma. Tenho que reconhecer que ando meio preguiçoso, mas o tempo também é cada vez mais escasso.

Noto que te tens dedicado a este novo "filho" com carinho e até a escolha deste poema do Geraldo Bessa, é um sinal de que podemos aguardar coisas muito boas.

Fico feliz por te ver animada.

Aquele abraço infernal!

Maria Faia disse...

Querida Amiga,

Venho desejar-te um feliz dia da Liberdade e um fim de semana com muita paz e amor.

Beijo amigo,

Maria Faia

Meg disse...

Bípede Implume, desejo o mesmo para ti. Eu não posso ir para a rua mas seguirei pela tv.
0 que dizes é infelizmente verdade.
Mas ainda acredito que há peddoas e muito inteligentes que,não conseguem apesar disso distinguir uma casca de banana...
Mas que fazer?
Obrigada, Isabe, hoje espero ja poder fazer umas visita
Um abraço

Meg disse...

Meu querido Belzebu!
A tua presença e as tuas palavras aqui, são uma alegria para mim,
Pois é, depois do apocalipse, o melhor é mesmo não ficar parada, já tinha este blogue esboçado e resolvi avançar,
Do antigo sobram uns destroços. mas é cedo para ver se consigosalvar os tsxtos, pelo menos. NÃO ENTENDO. BELZEBU!
Hoje espero poder ir visitar-vos.

A minha maior dificuldade é que dei uma queda e estou immobilizada na horizontal, e assim vpu escrevendo...devagae e com muitad gralhas.

UM GRANDE ABRAÇO DA MEG

Meg disse...

MARIA FAIA,

Obrigada, divertr-te por mim, que estou no "estaleiro". Um acidente assim o exige, imobilidade na horizontal, por isso isto vai tão devagar e com tantos erros´
Um grande fim de semana.
UM ABRAÇO