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22 de abril de 2010

Guia de Mercado

Edward Hopper, Solitude


Nos mercados da solidão, sobem
de preço os barris: mas podemos comprá-la
ao desbarato, ao sair de casa, sem conhecer
ninguém.
Nos centros comerciais, a melancolia
vende-se em sacos de plástico, que se acumulam
nos carrinhos das compras, e se arrumam
nos frigoríficos da alma.
Nas bolsas, sobem as cotações
do desespero; mas quem o quiser comprar,
encontra sempre um accionista compreensivo
para o oferecer a preço de saldo.
E quem quiser um amor de empréstimo,
só tem de esperar que os juros desçam, e
pô-lo a render no banco da esquina, onde
a vida é mais barata.


Nuno Júdice
.

32 comentários:

Ana Tapadas disse...

Belo poema de Nuno Júdice e com grandes verdades actuais.
Gosto muito de N. Júdice também como pessoa.
Beijinho

Mar Arável disse...

Nua e crua

esta realidade

Bj

vbm disse...

.

:)

Sempre admirável, exacto, cirúrgico, Nuno Júdice.

Há uma bela canção ligada, no You Tube a esse quadro de Edward Hopper, de que há várias interpretações desde os anos 30, incluindo Tony Bennett, Sting e Diana Krall :))

aqui.

Agulheta disse...

Meg.Belo poema de Nuno Judice,tão real neste mundo apressado e sem nexo,onde os valores se vendem a cada esquina da rua.
É sempre um gosto a escrita, e presença no meu espaço.
Beijinho e o melhor para ti.
Lisa

Mª João C.Martins disse...

Meg

Tão verdadeiro e lúcido… instantâneos de todos nós, feitos poema. Um trabalho extraordinário de Nuno Júdice.

Mais uma excelente divulgação tua.

José Lopes disse...

Num mundo cada vez mais materialista já quase tudo se compra e se vende. A verdade, essa não tem preço mas rareia.
Cumps

DECIO BETTENCOURT MATEUS disse...

Bem conseguido e imaginado este poema de Nuno Júdice. Pano para manga para muita reflexão.

DECIO BETTENCOURT MATEUS disse...

Meg: envias-me as tuas coordenadas postais?

deciomateus@yahoo.com.

Obrigado.

Nydia Bonetti disse...

Ai, ai... Sem palavras, Meg. E esta imagem é de doer. Beijos, querida.

Meg disse...

Ana,

São tristes as verdades actuais, sim... e tão bem descritas neste poema de NJ.

Beijo

Meg disse...

Mar Arável,

É isso mesmo, meu amigo... tristemente!

Beijos

Meg disse...

Caro Vasco,

Somos ambos uns incondicionais de N.Júdice, e pelos mesmos motivos.
Fui tentar ver o vídeo que sugeriste e - que pena! - já não o encontrei.
Se souberes de outra alternativa...

Um abraço

Meg disse...

Lisa,

Tens de pôr um título nos teus posts, para ver de ele aparece actualizado na minha lista de blogs... o Mar em Chamas perde-se cá para o fundo. Foi uma ideia que tive.

Um beijinho para ti

Meg disse...

Maria João,

Há poetas que me atreveria a publicar todos os dias... Nuno Júdice é um deles.
Porque retrata nos seus poemas muito do que sinto, roubo-lhe as palavras... para vós.

Beijinho

Meg disse...

Guardião,

Qualquer dia nem com uma candeia acesa se encontra uma verdade.
Novos tempos, meu amigo!

Um abraço

Meg disse...

Décio, meu amigo,

É mesmo um bom tema para reflexão, nos dias que atravessamos.
Um poeta que vale a pena conhecer.

Um abraço

Meg disse...

Décio,

Mas vou mandar mesmo!
Por email.

Um abraço

Meg disse...

Nydia,

Achei que esta tela do Ed.Hopper exprimia o espírito do poema.
Fico feliz por teres gostado.
Sobre N.J., é de ficar sem palavras, mesmo!

Beijinho, Nydia

São disse...

A solidão é dolorosa , por vezes, sim.
Mas a solidão acompanhada é muito pior!

Um abraço, linda.

BAR DO BARDO disse...

Wall Street inveja.

Gostei mesmo!

padeirinha disse...

Olá! Muito trabalho de editatorial!!!
Também gosto da verdade nua e crua.
recalcitrante; obrigada pela visita depois de tanta ausência. Gosto sempre muito de aqui vir. Descansar e respirar fundo. Ab

Sofá Amarelo disse...

Imagem perfeita e uma sociedade (des)feita que corre nos nossos dias... infeliz,mente!

Bípede Implume disse...

Querida Meg
Tão actual. Sentimentos ao desbarato.Uma loucura estes novos tempos.
Bom fim de semana com muita paz.
Beijinhos.
Isabel

vbm disse...

Ouve-a, aqui, a diana krall. Não percas:
the boulevard of broken dreams,
incluindo os solos,
soberbo!

Meg disse...

São,

Solidão, só ou acompanhada, não a desejo a ninguém.
Nós somos, muitas vezes, sem o sabermos, a melhor companhia de nós próprios. EU sou.

Beijinho e bom fim de semana

Meg disse...

Henrique,


Sei que é inveja da boa...
Obrigada, poeta!

Um beijo

Meg disse...

Padeirinha,

Somos uns abençoados, os que ainda nos queixamos por excesso de trabalho. Como é bom isso!
Essa do "editatorial" deixa-me com a "pulga na orelha".
Gosto de saber dos amigos, padeirinha... eles fazem-me falta - os verdadeiros, claro!

Um abraço

Um abraço

Meg disse...

Sofá Amarelo,

Imagem triste, não é?
Mas, infelizmente real.

Bom fim de semana.

Um beijo

Meg disse...

Isabel,

Tens razão, estes novos tempos não nos trouxeram nada de bom.
É de loucos, mesmo.

Um bom fimde semana para ti.

Beijos

Meg disse...

Vasco,
Já andava a "cuscar", mas facilitaste-me a tarefa.
Guardei o vídeo, é simplesmente fabuloso. TUDO!
Obrigada, meu amigo.

Beijo

Luna disse...

Como sentimos esse poema nos dia de hoje, realidade que chega a rasgar a alma
beijinhos

SILÊNCIO CULPADO disse...

Meg

Excelente escolha que nos atinge como um soco. Todos nós produtos esteriotipados duma sociedade consumista e alienada.
Solidão, amarga companheira de quem se distanciou das coisas simples.

Abraço