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8 de dezembro de 2009

O HÁBITO, de Oriana Fallaci

PARA REFLECTIR E COMENTAR...um convite...

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O HÁBITO é a mais infame das doenças
porque nos faz aceitar qualquer infelicidade, qualquer dor, qualquer morte.

Por hábito, vivemos com pessoas odiosas,
aprendemos a andar acorrentados,
a suportar injustiças, a sofrer,
a resignarmo-nos
à dor, à solidão, a tudo.
O hábito é o mais impiedoso dos venenos
porque entra em nós lentamente,
silenciosamente,
cresce a pouco e pouco,
alimentando-se da nossa inconsciência e,
quando descobrimos que a temos sobre nós,
já todas as nossas fibras de adaptaram a ela,
já todas as nossas atitudes foram por ela condicionadas,
não existe já remédio que possa curar-nos.
Oriana Fallaci
[Um Homem, pág.120].

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Oriana Fallaci (Florença, 29 de junho de 1929 — Florença, 15 de setembro de 2006) foi uma escritora e jornalista italiana.
De uma esquerdista nos anos sessenta, tornou-se na principal crítica do Islão na actualidade da Itália [1].
Seu pai, Edoardo, foi um activo antifascista e já aos 10 anos, Oriana estava envolvida com a Resistência Italiana, participando do movimento clandestino "Giustizia e Libertà".
Durante a ocupação de Florença pelos nazistas, o pai foi capturado e torturado na "Villa Triste", onde funcionava uma secção da polícia politica alemã, também utilizada como cárcere e lugar de torturas até a Libertação de Florença, em Setembro de 1944.
Pela sua participação na Resistência, Oriana foi condecorada, aos 14 anos, pelo Exército Italiano.
Oriana iniciou sua carreira de jornalista aos 16 anos.
Inicialmente trabalhou como colaboradora de jornais locais e posteriormente como enviada especial da revista semanal L'Europeo, fundada em 1945.

Em 1967 trabalhou como correspondente de guerra para L'Europeo no Vietnam.
Retornará ao país por 12 vezes em 7 anos, para narrar a guerra, sem fazer concessões nem aos comunistas, nem tampouco aos americanos e aos sul-vietnamitas.
As experiências da guerra são reunidas no livro "Niente e così sia" publicado em 1969.
Ao longo de sua carreira, realizou importantes entrevistas com algumas das mais importantes personalidades do século XX, dentre as quais se destacam Henry Kissinger, o Ayatollah Khomeini, Lech Walesa, Willy Brandt, Zulfikar Ali Bhutto, Walter Cronkite, Muammar al-Gaddafi, Federico Fellini, Sammy Davis, Jr., Deng Xiaoping, Nguyen Cao Ky, Yasir Arafat, Indira Gandhi, Alexandros Panagoulis, Wernher von Braun, o Arcebispo Makarios, Golda Meir, Nguyen Van Thieu, Haile Selassie e Sean Connery.


"A Força da Razão" é uma rigorosíssima análise daquilo a que Fallaci chama Incêndio de Tróia, isto é, de uma Europa que, na sua opinião, já não é Europa - mas sim "Eurábia", colónia do Islão.
E fá-lo numa perspectiva histórica, filosófica, moral e política, enfrentando como sempre temas sobre os quais ninguém se atreve a falar e usando uma lógica irrefutável.
A Força da Razão é um hino ao raciocínio e à verdade, onde o leitor encontrará uma extraordinária maturidade de pensamento, coragem e a nobreza de ânimo
 "Livro clarificador e com sérias pretensões a originar mais uma fatwa à autora. Oriana Fallaci não deve estar preocupada, a sua convicção na força maior da opinião e na liberdade de expressão leva-a a continuar a pensar o mundo em que vivemos de uma forma despudorada e sem acenos diplomáticos à esquerda ou à direita, leia-se ao Ocidente bem comportado ou ao Oriente de vertente fundamentalista."Tiago Salazar, Magazine Artes, Janeiro de 2005
«Suscitado pelos ataques de 11 de Setembro de 2001 às Twin Towers, A Raiva e o Orgulho é, de facto, um violento libelo, cheio de raiva e de emoção. Em termos vivos, denuncia aquilo que considera ser uma vontade de conquista e de hegemonia dos radicais islâmicos e, mesmo, do mundo muçulmano em geral. E critica os ocidentais de cegueira perante essa ameaça e o confronto que já estará em curso: um confronto que, se ainda não é militar, é “cultural, intelectual e religioso”. Excessiva, sem dúvida por vezes injusta, Oriana Fallaci tem, no entanto, o mérito de ousar provocar um oportuno debate civilizacional.[Expresso]

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[Republicação]
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46 comentários:

Agulheta disse...

Olá Meg.Gostei de ler toda esta aubiografia desta escritora,para além de ser uma lutadora da resistência,e tanta verdade aqui escrito,os habitos nos deixam morrer um pouco a cada dia,eu quando não estou bem,digo na cara,o meu pensamento e tem de estar livre.Quanto à Europa,vejo muita parra e pouca uva!
Beijinho de amizade Lisa

romério rômulo disse...

meg:
a oriana fallaci é voza ser ouvida.
um beijo.
romério

Mª João C.Martins disse...

Meg

Gostei muito de conhecer muitos aspectos da biografia de Oriana Fallaci que simplesmente não sabia. Cada vez mais tenho o maior respeito e admiração pelas pessoas que viveram e tantas que ainda vivem, lutando constantemente pela justiça, pela dignidade e pela paz. Que nunca se conformaram, que nunca desistiram e que sempre acreditaram que era possível melhorar a humanidade. O que lamento, é que tantas lutas outrora travadas, que permitiram grandes passos e enormes caminhadas, fiquem hoje esquecidas por entre todos os retrocessos.

Quanto ao hábito, sobre o qual ela escreve tão bem. Todos sabemos que os hábitos matam o extraordinário poder criativo do ser humano.

Um beijinho

Unknown disse...

A OF foi uma mulher admiravel, corajosa.

O texto que editas é eloquente.

Saudações

Ana Tapadas disse...

Meg!
Li quase tudo o que havia para ler dela, menina precoce e consciente. Ainda por cima nascida na minha cidade de eleição! Gostava de imaginar-me como ela, quando tinha 15 ou 16 anos e Portugal sonhava ser outro país...que bom recordar isso hoje, mas que choque de realidade.
Beijo

Meg disse...

Lisa,

A Oriana Fallaci foi eesencialmente uma jornalista contestatária e de uma frontalidade que sempre admirei.
Depois do 11 de Setembro, e para simplificar, tornou-se numa daquelas pessoas que se amam ou se odeiam.
Ao ter conhecimento do que se passou hoje no Iraque,lembrei-me dela...

Um beijo

Meg disse...

Maria João,

Foi uma grande jornalista, uma Mulher de muita força, uma Mulher sem medo, a quem os grandes vultos mundias não negaram célebres entrevistas, lidas por todo o mundo.

Hoje tenho-a presente, a ela e aos seus livros.

Beijo

Meg disse...

Romério,

Se tu o dizes...confirmas a minha opinião sobre a corajosa e frontal jornalista, que foi Oriana.

Um beijo

Meg disse...

Caro JPD,

Uma Mulher sem medo, uma jornalista de méritos reconhecidos
mundialmente.

Um abraço

Meg disse...

Ana,

De Oriana cho que "devorei" tudo também muito cedo. Depois ela quase desapareceu para voltar mais tarde, com a mesma frontalidade a seguir ao 11 de Setembro, o que lhe valeu alguns dissabores que enfrentou com a mesma coragem.

Beijinho

Sonia Schmorantz disse...

Este post é interessantíssimo, muito bom!
beijo

Meg disse...

Sonia,

Muito obrigada pela tua visita... fico feliz por teres gostado...

Um beijo

Zé Povinho disse...

Uma grande jornalista cuja carreira tive a oportunidade de seguir lendo os seus artigos, especialmente sobre a guerra.
Abraço do Zé

Peter disse...

"uma Europa que, na sua opinião, já não é Europa - mas sim "Eurábia", colónia do Islão"

Estás lixada! Toda essa cambada de pró-islamistas que anda por aqui vai cair-te em cima, acusando-te de "pró-sionista" e "pró-americana", quando eu sei muito bem que não és.

Mar Arável disse...

Soberbo texto àcerca de um exemplo

a seguir

Tenho por hábito

gostar de gente livre

Bjs

Meg disse...

Zé,

Era uma jornalista muito respeitada, quem não leu as célebres entrevistas?

Um abraço

Meg disse...

Peter,

Não creio que me tomem por isto ou aquilo... a História não se pode apagar. Ai estão as palavras dela.

E olha que por estes dias deve haver muita gente a lembrar-se de Oriana Fallaci

Um abraço

Meg disse...

Mar Arável,

Foi e é uma grande exemplo, meu caro.

Um abraço

São disse...

Acreditas que quando me dovorciei houve quem estranhasse eu não ter mudado da casa, porque "seria muito complicado lá viver por estar habituada à presença " da criatura naquele espaço?!

Descansa bem, linda.

AFRICA EM POESIA disse...

MEG
Passo para um beijinho e...

O meu livro de Natal é para mim ...Magia...Espero que ao lerem um pouco do que vou deixando... sintam o mesmo
eu Gostava de sentir todas as crianças a terem sempre Natal

um beijo

MENSAGEM DE NATAL

Natal
Do menino negro
Que é igual
Ao menino branco
E o menino negro
Ao ser amamentado...
A sua Mãe
Também Negra
Alimenta-o
Dá-lhe o seu leite
Leite de Negra
Que é apenas
Leite Branco!...

LILI LARANJO

Bípede Implume disse...

Querida Meg
Também me lembro muito bem das célebres entrevistas da Oriana Fallaci.
E esporadicamente tenho lido sobre ela.
Fez-me bem voltar a ter notícias dela aqui.
O hábito pode, por vezes, limitar a nossa liberdade.
Beijinhos.
Isabel

Filoxera disse...

Ainda não li nenhum destes, apenas o Inchalah!
Beijos.

bettips disse...

Acompanhei a sua via corajosa, a sua forma de ser livre. Não me é uma referência, contudo (acho que mais tarde me desencantei...sei lá!)
Do hábito que amesquinha a grandeza, aí ela tem a razão toda!
Do resto, sabemos que os europeus conquistadores são cegos quando o tempo se cumpre: estas eram as terras donde partiam as cruzadas... as conquistas,as reconquistas ...Esperemos que o bom senso e o diálogo prevaleçam e não se cometam os erros do passado. Oxalá.
Bjinho Meggy

utopia das palavras disse...

Extraordinário texto de Oriana. Grande mulher,jamais se acomodou à regra dos poderes vigentes, e este texto é disso espelho.
Nós por cá, cá vamos com o nosso "que remédio"...!

Beijos

Meg disse...

São,

Se acredito!
Por mais que queiramos, ele, o hábito, por vezes toma conta da nossa vida.
Curiosa essa tua experiência, São!

Tem um bom fim de semana

Beijinho

Meg disse...

Lili,

Muito bonita a tua mensagem de Natal. Sucesso para o livro é o que te desejo.

Bom fim de semana.

Beijo

Meg disse...

Isabel,

Por isso se impões que estejamos atentos.
Por isso é importante reflectir com textos como este de Oriana.

Tem um bom fim de semana.

Beijinho

Meg disse...

Filoxera,

Se puderes, não deixes de ler... vale sempre a pena. Então as entrevistas lidas hoje, fazem-nos pensar.

Bom fim de semana para ti

Beijinho

Meg disse...

Bettips,

Oxalá, minha amiga!
Todos esperamos tanta coisa ao mesmo tempo que assistimos ao tempo a voltar para trás.
Desencantada como tu, Bettips.
Talvez por isso me lembre destas vozes, que embora polémicas, OUSARAM!

Um bom fim de semana para ti

Beijinho

Meg disse...

Ausenda,

Dizes bem, que remédio!
Há-de haver, falta saber se morremos do mal ou da cura, que a que se adivinha deve ser bem radical. Só pode ser.

Tem um bom fim de semana

Beijinho

Pata Negra disse...

O fim dos monges advem do facto de terem deixado de usar hábito. O hábito não faz o monge mas agasalha-o e protege-lhe as suas partes mais fracas. Eu sou um animal de hábitos, logo, sou um homem.
Por hábito deixo um abraço

Mariazita disse...

Boa noite, Meg
Concordo inteiramente com a Oriana no que respeita ao "hábito".
Tem uma força tremenda, o hábito!
Está muito bem escalpelizado pela Fallaci.
De resto, adoro o que ela escreve.
"O homem" faz parte da minha biblioteca. Li-o há muitos anos, mas recordo-me muito bem dele, de tal modo gostei.
Outra obra dela que mexeu muito comigo foi "Carta a um menino que não nasceu". Comovedor.
Gostei muito de ler a biografia que apresentas dela. Algumas coisas já conhecia, outras não.

Óptimo post, excelente escolha.

Bom fim de semana

Beijinhos
Mariazita

Meg disse...

Caro Pata Negra,

De hábitos e de monges, há muito que não ouço falar.
E de Homens vai já vai sendo raro.
Agora que tenho um amigo, que sem ser monge, tem o hábito de me presentear com a sua visita, viva o Homem que tu és!

Estavas à espera desta resposta?
Aí tens, com o abraço habitual.

Hoje levas um beijo

Meg disse...

Mariazita,

Estava a ver que não conseguia vir aqui hoje, tive de "fazer obras" cá em casa. Mas está tudo resolvido, e aqui estou.

Pois encontramo-nos na admiração por esta Mulher que deu muito que falar no "nosso" tempo.Também guardo os livros dela, que releio de vez em quando.
Por isso a recordei aqui.

Beijinho para ti

Zé Povinho disse...

Passei para desejar um bom domingo, e depois de uma nega consegui.
Abraço do Zé

zef disse...

Boa noite.
É interessante esta conversa. Foi como a das cerejas...
Do "hábito infame" passou-se para outros, como o dos monges e seu agasalho...Gostei dessa, Pata Negra (e olhe que disso sei eu...!). Mas não é o fim dos hábitos que dita o fim de muita coisa...

De resto, não vou muito com Oriana - nome bonito (mas Fallaci...).

Boa noite, Meg.

tulipa disse...

Tenho sentido a falta de muitos amigos de outros tempos, nos meus blogues...umas palavrinhas de conforto são sempre bem-vindas.
Ler o que escrevemos,
ver o que fotografamos...
faz tão bem ao nosso ego!!!

Quer vir dar uma voltinha pelas avenidas de Paris?
Então, acompanhe-me MEG!!!

E...será que quer ver "Vila do Conde" através dos meus olhos?
Está convidada.
José Régio faz as honras da casa.

Bom domingo e óptima semana.
Beijos e abraços.

tulipa disse...

Gostei de ler toda esta aubiografia desta escritora.

Revi-me nas suas palavras.

Escreve a verdade
os sentimentos fervilham...

EDUARDO POISL disse...

"No fim tu hás de ver que as coisas
mais leves são as únicas que o vento
não conseguiu levar:
um estribilho antigo,
um carinho no momento preciso,
o folhear de um livro de poemas,
o cheiro que tinha um dia
o próprio vento"

(Mário Quintana)


Desejo um lindo dimingo com muito amor, paz e carinho.
Abraços com todo meu carinho.

nydia bonetti disse...

Este é o tipo de texto que deveríamos ler e reler sempre, para aprender lições de coragem.
Que bom ter nos trazido um pouco de Oriana, Meg.

Beijos.

Meg disse...

Zé,

Muito obrigada, amigo.
Foi um fim de semana um tanto acidentado... mas já passou... vai passando.
Uma boa semana para ti.

Um abraço

Meg disse...

Zef,

É que há hábitos e hábitos. meu amigo!
A riqueza do nosso idioma provoca estas derivações, algumas bem divertidas.
Sobre a Oriana, não és o único...e estás no teu direito.

Um grande abraço para ti

Meg disse...

Tulipa,

Muitos dos amigos têm também ficado pelo caminho, minha amiga.
Aceito o teu convite... irei visitar-te logo, logo.

Um abraço

Meg disse...

Tulipa,

Era uma grande jornalista e frontalidade era uma das suas armas.

Um abraço

Meg disse...

Eduardo,

Muito bonito o poema do Mário Quintana.
Muito obrigada.
Uma boa semana.

Um abraço

Meg disse...

Nydia,

Sim, coragem era o que não faltava a Oriana Fallaci, e isso, há umas décadas, era de uma grande audácia.

Beijinho para ti