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25 de novembro de 2008

Mas que sei eu

. . . Porque no meu íntimo irrompeu um Outono, escuro, frio...
.
. Porque me sinto como as folhas arrastadas

por um vento particularmente agreste...
. Apetece-me este poema.... .
. Porque estou triste... . .


Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito súbdito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
qualquer. Mas eu que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha
Ruy Belo

54 comentários:

Maria disse...

Se um abraço meu te alegrar...
Eu estou apenas cansada. Mas vai passar...
É muito belo, este poema do Ruy Belo!

Outro abraço. Para passar a tristeza...

Bípede Implume disse...

Tenho predilecção especial pelo Outono. Assim, tanto o poema como a imagem (que é linda) me agradam muito.
Boa semana, amiga.
Grande abraço.

Bípede Implume disse...

Por vezes temos dias assim. Ficamos um pouco mais frágeis, mas pelo que de ti vou conhecendo, virtualmente, sei que essa tristeza passará.
Se a minha amizade ajudar...ela aqui está.
Grande abraço.

Carminda Pinho disse...

Meg,
Nada como um belo poema, para nos afagar as tristezas, mesmo que seja um poema dorido como este, de Ruy Belo.

Curiosamente, acabei de postar um "Outono" de Miguel Torga, coincidência? pois que seja, mas o Outono não nos tem trazido bom "tempo", acho eu...
Que venha o Inverno, rápido.

Beijos, Meg.

lupuscanissignatus disse...

que o outono

nos brinde

com seus

fiapos

de luz


[e aromas
sabores
tons]


ABRAÇO.

tulipa disse...

Não há nada mais fascinante e cativante do que conhecer in loco novas culturas.
Assim o fiz mais uma vez.
Sou uma privilegiada, Deus tem sido meu Amigo por me proporcionar momentos tão magníficos.
Consegui realizar mais um sonho na minha vida.

Noutras áreas a coisa não corre muito bem, mas a Esperança é a última a morrer, continuo diariamente na luta por aquilo que quero, hei-de conseguir.

Boa semana.

Estou de regresso depois de 2 semanas de ausência.

Já comecei a postar algumas fotos no blog MOMENTOS PERFEITOS.

ESPERO QUE A TRISTEZA PASSE, MEG.

José Lopes disse...

Um poema que espelha alguma desilusão, do mesmo homem que disse: "É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro."
Cumps

Meg disse...

Maria,
Em momentos como este, poucas coisas podem afastar a tristeza, por isso a mergulho neste poema.
Mas obrigada pelo carinho, minha amiga.
Bjs

Meg disse...

Isabel,
Também gosto do Outono, mas não deste que trago dentro do peito, que amarfanha a alma.
Um beijo pela tua amizade, Isabel!

Meg disse...

Carminda,
Sim, encontro conforto neste poema. A tristeza também tem de ser alimentada - é como um luto - e o Ruy Belo foi o meu refúgio.

Um abraço, Carminda!

Meg disse...

Lupussignatus,

Esse seria o Outono ideal, sim!
Mas não é este o caso, meu caro!

Um abraço

Meg disse...

Tulipa,
Obrigada pela força, minha amiga.
Lá passarei para conhecer essas culturas.
Um abraço

Meg disse...

Amigo Guardião,
Para um dia como o de hoje, só um poeta como Ruy Belo para me fazer companhia.

Um abraço amigo

Pata Negra disse...

estou todo outono
sou todo outono
vou-me em outonos
e vem aí o inverno
e eu ainda não acredito no natal

queimaram-me o verão
não tenho lenha
roubaram-me duas semanas de abril à primavera

pronto, sem estações do ano
acabei por perder o estado de poesia
estou num estado lastimável
pareço um português

um abraço desconchavado
por me ter posto a ler poesia de compota, quando eu fui feito para a poesia amarga das azeitonas barrasquentas. Por falar em azeitonas e para não falar de poesia: este ano o azeite não está a sair grande coisa!
um segundo abraço de engraçadinho

Anónimo disse...

Belo. E a fotografia, belíssima.

bettips disse...

Fica-nos o rasto e resto do poema.
Deixa que se hiberne a tristeza, aconchegada em cobertor antigo.
Irromperá ainda essa tua voz que descobre gente. Um outro dia. Sabes que te escutamos.
Beijinho Meggy

De Amor e de Terra disse...

Olá Meg querida, bom dia!
A promessa está feita e logo que possível, será cumprida.
Não conhecia este soneto de Ruy Belo, que AMEI!!!
Ora mas vamos lá a expulsar esse intruso, que te carrega o semblante e te veste de negro, minha Amiguinha...os Outonos, na Natureza e na vida de cada um (a) de nós,também podem ser coloridos...
Desejo que, com urgência, a tua "paleta" se encha de cores.
Que pena eztarmos tão longe!!!
Beijos
Maria Mamede

MPS disse...

Cara Meg

Há ventos que nos parecem maus enquanto lhes não apanhamos a feição. Saibamos dar-lhes a volta e, até, tirar proveito deles. a Meg está a fazê-lo, de outro modo não teria escolhido uma fotografia tão bela para ilustrar o desabafo da sua tristeza. Não vejo solidão naquele banco, vejo folhas nele e no chão, a atapetarem-nos, prenunciando a ressurreição. O Outono é um começo (só os cegos o vêem na Primavera).

Um abraço

Anónimo disse...

A Amizade tambem alegra, o sol , os amigos
Saudações amigas

Meg disse...

Amigo Pata Negra

Os teus comentários têm o condão de me deixar sempre com um sorriso no rosto.
E hoje, quanto to agradeço!!!

Um abraço com poesia de compota

Meg disse...

Padeirinha,

Fico feliz por teres gostado do poema e da fotografia. Obrigada, cara amiga

Um abraço

Meg disse...

Querida Bettips,
Como sabes das palavras e de mim!
Sim, são dias de hibernação de que espero despertar o mais depressa possível.
Mil beijos para ti.

Meg disse...

Maria Mamede,
As tuas palavras deixam-me "sem palavras".
Calam fundo e são a demonstração duma empatia que sempre senti entre nós...
Do longe se faz perto, e quem sabe um dia não muito distante nos cruzemos por aí!

Beijinhos para ti

PS: a.recalcitrante@gmail.com

Meg disse...

Cara MPS

Muito obrigada pela sua força.
Este é um Outono interior, de tristeza pelos escolhos e enganos que se nos atravessam. Mas logo, logo, a serenidade voltará... e a paz interrompida também.
O tal começo.

Um abraço amigo

Meg disse...

Amigo Valente,
É bem verdade... principalmente a amizade, essa é muito importante, se verdadeira e sem restrições.
Obrigada pelas suas palavras.

Um abraço amigo

Amaral disse...

Meg
Mais um belo poema de um autor que conheço relativamente bem e que aprecio.
Abraço

Luis Eme disse...

e agora vem aí o frio, Meg...

Meg disse...

Amigo Amaral

Sim, Ruy Belo já é uma referência na poesia, e que muito admiro.

Um abraço

Meg disse...

Meu caro Luis,

Vem o frio, vêm os frios, e espero que afastem as melancolias outonais. Para bem longe.

Abraço amigo

samuel disse...

Muito, muito bonito!

Meg disse...

Samuel

Ainda bem que gostaste. Obrigada pela visita.

Abreijos

duarte disse...

é verdade ... que outono este,arremessados com os ventos andamos...
e ainda não estamos no inverno,
quando já não importa quem olha, por nada vermos...
tenho sempre na primavera
um negar de subservencia
e sim tb de forma súbita...
o dia passa e vamos nascendo,
para muitos invernos e outonos
mas para primaveras e verões
até que o tempo(o vento mor)
nos leve para o infinito.
muito bom este poema
duarte sempre a apreender

vieira calado disse...

Ruy Belo!

Conhece "Aquele Grande Rio Eufrates"?

Era um grande poeta. Um dos meus favoritos.

Obrigado por trazê-lo aqui.

Bjs

Menina do Rio disse...

Outonos são melancólicos...
Te mando um pouco de minha primavera!

um beijinho pra ti

Meg disse...

Caro Duarte
Finalmente não anónimo!
...o dia passa e vamos nascendo,
para muitos invernos e outonos...

É verdade.
Obrigada pelas suas palavras e parabéns pelo blog onde já fui fazer ma visita relâmpago. Voltarei com tempo.

Um abraço

Meg disse...

Caro Vieira Calado,

Dia a dia mal o sol subir pela manhã acima
e alcançar conveniente altura
escreverei em tua honra esse poema a que a tarde virá pôr
um ponto final tão rubro como um poente
e chamar-lhe-ei o poema de um dia

(Aquele Grande Rio Eufrates)

Era um grande poeta e tem um lugar especial neste espaço.

Um abraço amigo

Meg disse...

Verónica,

Sim, do que preciso é de um pouco ta tua Primavera, que este Outono pegou-me de sopetão.
Obrigada, amiga.
Um beijo

anamarta disse...

Meg
passei para te deixar um abraço e o meu obrigada pelo carinho, demonstrado neste momento mau que atravessei.
Sabes? Este poema tão belo condiz também, com o meu estado de espírito.
Espero que este momento de tristeza seja breve para ti.
Um abraço carinhoso

Agulheta disse...

Meg. Conheço este poema de Ruy Belo,o acho melancólico como é outono,mas sempre trás belas coras da natureza,gostei e foto linda,o abraço está sempre aqui deste lado.

Beijinho fica bem
Lisa

Meg disse...

Fico feliz por estares de volta, Anamarta.
Ainda bem que o tempo vai ajudando a atenuar os desgostos que, neste caso, te tocaram viver.
Espero que este poema também ajude.

Um abraço amigo

Meg disse...

Lisa,
As tuas palavras são sempre muito queridas... tens um coração enorme!
A melancolia vai passar, minha amiga.

Um beijo

Zé Povinho disse...

As coisas vêm vão e são tão vãs...
Isso mesmo. O amanhã será melhor, valha-nos pelo menos a esperança.
Abraço do Zé

C Valente disse...

Belos momento e bela foto
Saudações amigas

Anónimo disse...

meg:
o que se passa?um beijo.
romério

Entre "linhas" disse...

Nada de tristezas ,há que tocar a vida para a frente,vivendo um dia de cada vez...sempre com muita esperança,força e fé.
Bom fim de semana amiga.

Tens o email,caso necessites não hesites.
Bjs Zita

Meg disse...

Amigo Zé,

É verdade, as coisas são mesmo vãs, a maior parte das vezes. E a esperança não morre.
Obrigada pelas palavras.
Um abraço da Meg

Meg disse...

Amigo Valente,
Saudações amigas também para si.
Um abraço

Meg disse...

Querido Romério,
Passaram por aqui umas nuvens mas já se dissiparam. Obrigada pelo carinho.

Beijo
meg

Meg disse...

Zita,
Tens razão só que às vezes tem que se fazer um pouco mais de força como deves calcular. E depois há dias e dias...

Um abraço amigo

Sei que existes disse...

É um poema bonito. Espero que já estejas mais feliz!...
Beijo grande

Anónimo disse...

Lindo este poema e tão de acordo com este terível mês de Novembro que sempre me assusta.
O que publicaste a 29 de NOV que não aparece qualquer texto ou imagem?

Meg disse...

Sei que existes,
Minha querida, há dias e dias... e como diz o poema elas vêm e vão, e são tão vãs!
Um abraço

Meg disse...

Luisa,
Ai o Novembro! Afinal não sou só eu!
"Aquilo" foi uma saída em falso, ahahahah!!! Mas já está tudo em ordem.

Beijo

Mariazita disse...

Que lindo, este poema de Ruy Belo.
Triste, nostálgico, outonal!
É isso, outonal! O outono provoca-me sempre uma certa nostalgia, não sei porquê.
Mesmo assim, o poema é muito belo.
As imagens, lindas, de acordo com o ambiente.

Beijinhos
Mariazita