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21 de novembro de 2008

Fome

 
 
Fome: Agora e Sempre
 
Fome aqui agora e permanente
Continua em muitos continentes
Milhões vão dormir de estômago vazio
Outros tantos de maletas estão contentes
Com o dinheiro da corrupção.
 
Fome em toda a parte e em todas as gentes:
Clamando com fome de justiça
Que os humanos construíram postiça
E que explora o numerário,
As licitações o povo livre e sem salário.
Fome aqui e agora, a mil á hora
Ou a passo de caracol.
 
Há fome de todo o tipo. De mandatos,
Fome de cães e gatos e executivos
A fome de justiça des.engana os incautos,
Priva os justos, e os explora vivos,
Também depois de mortos muitos
Também pagam para ter um lugar no céu.
 
A fome persiste. Quem a pode saciar?
A ciência, ou a história?
 
A ciência por vezes tornou-se fraude
E a história, nos milénios tornou-se inglória!
Fome da verdade, poucos a sentem!
Os humanos sentem a fome que os explora
Embrutece, que perdura e os devora.
 
José Valgode
«««««o»»»»»
José Valgode nasceu na Vila de Santa Cruz da Trapa (S. Pedro do Sul) em 30 de Agosto de 1947. Começou a escrever os primeiros versos aos 9 anos de idade, quando ainda frequentava a Escola Primária. Com dezasseis anos foi para Lisboa. Foi aqui que conheceu muitos dos grandes Poetas Portugueses da época, muitos deles já falecidos. Em Abril de 1969 embarcou para Timor, onde permaneceu até Junho de 1971, período de quase 3 anos durante o qual escreveu muitos dos seus poemas. Em Timor colaborou no jornal “Província de Timor” e declamava Poesia entre seus camaradas de então. Colaborou em diversos outros jornais da época com sua Poesia e com artigos de Opinião. Alguns dos seus poemas estão em vários jornais virtuais, como no “Jornalecos”.
José Valgode reside na Alemanha desde 1972. Colabora actualmente em muitos jornais Portugueses, entre os quais o único jornal português publicado na Alemanha, o “ Portugal Post”. Tem cinco livros publicados, entre os quais quatro com a recolha dos cinquenta anos em que escreveu poesia. . . . .

43 comentários:

Anónimo disse...

meg:
o poeta tem razão das muitas fomes que nos atacam.um abraço aos amigos do blog.
um beijo.
romério

Agulheta disse...

Meg. Este poeta assim escreveu,e tudo se passa da mesma forma,uns de maletas cheias,outros amiga sem uma migalha! Dura a vida,feita por alguns.
Beijinho bfs

José Lopes disse...

Há muitos tipos de fome, como diz o poeta. O ser humano raramente se sente saciado, o que nem sempre nos conduz a boas práticas.
Bfds
Cumps

Moacy Cirne disse...

O poema é forte, sim, mas a imagem - igualmente forte, forte e bela - me sensibilizou mais. Reconheça-se: não é fácil fazer um poema de conteúdo social mais acentuado. Um beijo da capital. E um queijo do sertão.

Bípede Implume disse...

Actualmente sinto que no nosso país existem algumas dessas fomes.
Infelizmente.
Bom fim de semana, amiga.
Grande abraço.

Maria disse...

Não conhecia este Poeta.
Fiquei nem sei quanto tempo a olhar a imagem, que é linda mas me perturba...
Porque as fomes, as várias fomes, continuam.

Um beijo, Meg

Sei que existes disse...

Infelizmente a fome existe e persiste!...
Beijo grande

duarte disse...

d'egoismo somos feitos,não à nascença,mas sim por tudo que nos vão impondo...
como consciencializar um ser,que pensa na primeira pessoa,mas que nunca soube muito bem o que é pensar?
é preciso ter fome,sim,mas de bom senso,de amor pelo próximo(aquele simples de dar e receber) e de VERDADE.
belo texto de mais um autor que eu desconhecia.
o quadro é um retrato que havia de estar presente na cabeça dos fazedores de misérias,a cada noite que passassem a dormir.
duarte que já viu a fome de perto.
e obrigado por me fazer sentir HUMANO.

Meg disse...

Amigo Romério,

Infelizmente a fome está cada vez mais presente nos nossos dias.

Obrigada pela tua mensagem aos amigos, que destaco:

Romério Rômulo disse
...um abraço aos amigos do blog.
Romério

Um beijo da Meg

Meg disse...

Lisa,
É uma verdadeira vergonha o que se passa. A imoralidade atinge os seus limites. Quem sofre?

Um abraço

Meg disse...

Caro Guardião,
Eu diria que há fomes e há ganâncias obscenas. O cenário está aí... os tubarões, os que comem tudo.

Um abraço

Meg disse...

Caro Moacy,
Fala quem sabe, e eu agradeço. Também acho a a imagem muito sugestiva e perturbadora.

Cheiros, beijos e queijos para você.

Meg disse...

Bipede Implume

Isabel, sentes só? Pois não a vemos já por aí, explícita ou envergonhada? É só olhar à nossa volta.

Um abraço

Meg disse...

Maria,

É um problema que me atormenta... as pessoas passarem fome.
A revolta é muito grande.

Um abraço

Meg disse...

Sei que existes,

E existe cada vez mais fome... e não devia.

Um abraço

Meg disse...

Duarte,
Perante o seu comentário fico sem palavras. Porque ele diz muito da sua sensibilidade.
Obrigada pelas suas palavras e por ter sido tocado pela imagem.

Um abraço

São disse...

Desconhecia e por isso te agradeço a partilha, pois vale a pena!
Feliz noite de sábado.

Unknown disse...

a musica que nos coloca transmite muita paz e serenidade

bem haja

meus instantes e momentos disse...

São as razões do poeta...
maurizio

Zé Povinho disse...

Vamos tentando saciar as nossas diferentes fomes lutando por elas mesmo sabendo que nunca ficamos fartos.
Abraço do Zé

Mar Arável disse...

Várias são as fomes

Se a poesia se comesse

os livros sairiam

com mais tiragem

Fome sim

mas de liberdade

Meg disse...

São,
E é com muito gosto que partilho convosco este poema.

Boa semana. Um abraço

Meg disse...

Carla Silva e Cunha,

Muito obrigada pela visita e pelas suas palavras.

Um abraço

Meg disse...

Meus Instantes e Momentos,

E está mais que confirmado que o poeta tem cada vez mais razões.

Um abraço

Meg disse...

Amigo Zé,
Pelo andar da carruagem não teremos sequer hipótese de nos saciarmos... eles comem tudo!

Um abraço

Meg disse...

Mar Arável,

Mas a fome que mais me aflige é aquela concreta fome de pão para a boca. Fome que aumenta a olhos vistos, a par da voracidade dos abutres...

Um abraço

vieira calado disse...

O nosso mundo de hoje está cheios de gente insensível que só pensa em ganhar dinheiro seja de que maneira for.
E o pior é que os maiores exploradores são o que têm todo o poderio económico e político.

Um abraço

zef disse...

Boa noite, Meg.
Às vezes, não se adianta grande coisa por se dizer o que deve ser dito. Mesmo assim, é imperioso continuar a dizê-lo, mesmo que, por isso, o sono nos fique mais agitado.
Um abraço

Meg disse...

Caro Vieira Calado,
Eles não "ganham", eles não produzem, eles especulam e roubam no verdadeiro sentido da palavra.
É só olhar à nossa volta.

Um abraço

Meg disse...

Meu caro Zef,

Os nossos sonos já andam tão agitados que nem sei se vale a pena continuar a repetir, até à exaustão, tudo o que deve ser dito!

Um abraço

Filoxera disse...

Só lamento não poder concordar com uma parte do poema: "fome de verdade poucos a sentem"- quem dera que fossem poucos...
Beijos.

Delfim Peixoto disse...

Bem conseguido. Não conhecia

SILÊNCIO CULPADO disse...

Meg

José Valgode é um grande poeta. Este poema da fome trespassa-nos pela força e deixa-nos uma dor infindável. Porque nós ainda existimos livres da fome da ambição que nos tornaria insensíveis a todas estas mensagens.

Abraço

Anónimo disse...

Fome da Verdade. É dela que provêm a Fome que mata.

Meg disse...

Filoxera,

Talvez não seja tanto assim, minha amiga.

Um abraço

Meg disse...

Caro Delfim,
Por aqui passa muita gente praticamente desconhecida, mas vale a poesia...

Um abraço

Meg disse...

Silêncio Culpado

Lídia,
Realidades dolorosas para nós que vamos sabendo das coisas, longe do pesadelo da fome.

Um abraço

Meg disse...

Padeirinha,
É bem verdade, minha cara!

Um abraço

Mariazita disse...

Poema que descreve bem todas as misérias - fome a todos os níveis - a que estão sujeitos os desprotegidos da sorte.
Entretanto, alguns (os corruptos) estão de maletas cheias...
Para quando o fim de tanta injustiça no mundo?

Beijinhos
Mariazita

De Amor e de Terra disse...

Infelizmente e cada vez mais há muita FOME (s) pelo mundo.
Obrigada Meg por me(nos) apresentares este Poeta emigrante que eu não conhecia.
Um beijo enorme.

Maria Mamede

Meg disse...

Mariazita,

Estas são as grandes injustiças destes nossos tempos.

Um abraço amigo

Meg disse...

Maria Mamede,

Tens toda a razão, minha amiga, cada vez há mais FOMES...
E nós, que podemos fazer? Que impotência!

O poeta é um dos muitos desconhecidos que venho trazendo aqui. Poetas não divulgados.

Beijinhos para ti

Zé Povinho disse...

Muitas destas são fomes deste nosso povo...
Abraço do Zé