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Se eu pudesse inventar uma rosácea Profetizar as cores que renasçam do amor E os antepassados cantarem seus saberes Se eu pudesse com a razão serena E o coração vibrando como uma guitarra Consertar a luz que gera a eloquência Se eu pudesse com minhas mãos rudes Aliviar o mar as estrelas e todos os seres Exilando as arrogâncias e os fanatismos Se eu pudesse enterrar fundo o desassossego Se eu pudesse emendar as distâncias Com ternura acariciar os cabelos do mundo Anular a forquilha do poder que viola tudo Se eu pudesse desfazer o cuspo da cupidez E libertar os uivos e os gemidos reprimidos Se eu pudesse;
Mas não sozinha...
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«««««o»»»»»
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Ema Berta (n. Sintra, 13 de Fevereiro de 1944), é uma das mais importantes pintoras portuguesas contemporâneas. Exilada e esquecida em Paris, com uma obra largamente ignorada e desdenhada pela crítica e pelo establishment, em Portugal.
Uma obra que exala angústias e sofrimentos como nenhuma outra no nosso país.[...] Licenciou-se em Artes Plásticas e Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e fez parte da direcção da Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa.
Na Fundação Ricardo do Espírito Santo foi professora de desenho.
Ema Berta, vive actualmente em Paris.
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41 comentários:
Cara Meg
É ideia minha, ou já tinhamos visto uma pintura de Ema Berta a ilustrar outro artigo? Refiro-me àquela em que uma criança está envolta em panos.
Agora oferece-nos ema Berta sob a forma de poesia. Notável, particularmente o desenlace: se eu pudesse... mas não sozinha! é toda uma filosofia de vida, porque o mundo vale a pena se for transformado com os outros.
Um abraço
Meg. Aqui esta um bom trabalho para dar a conhecer,a mulher e a pintora; pois os blogs tem esta missão partilhar e informar,e gostei como sempre das coisas que publicas amiga.
Beijinho e boa semana Lisa
Não conhecia, confesso, mas nunca é tarde para conhecer, desde que alguém se lembre, como é o caso, de nos oferecer autores diversos e alguns até menos badalados.
Cumps
"Se eu pudesse...mas não sózinha".
Concordo plenamente.
Boa escolha a tua e, como sempre, surpreendente.
Beijos
É capaz de conhecer a minha amiga e pintora, com exposições em Portugal, Inês Barahona.
"Se eu pudesse com minhas mãos rudes
Aliviar o mar as estrelas e todos os seres
Exilando as arrogâncias e os fanatismos"
Meg
Gostei muito deste poema e certamente "não só eu sozinho".
Boa semana
Abraço
Cara MPS,
É verdade, esta não é a primeira vez que trago Ema Berta. O que viu foi uma tela a ilustrar um texto.
Desta vez trago a própria, numa poesia e na respectiva ilustração.
Pena é que a sua vastíssima obra seja praticamente desconhecida ou simplesmente ignorada.
Um abraço
Agulheta,
Lisa, é essa a minha intenção, recordar os mais esquecidos, sempre que possível.
Um abraço
Caro Guardião,
Neste caso, não só menos badalados como quase lamentavelmente ignorados. Uma obra muito vasta de uma pintora e poetisa também.
Um abraço
Carminda,
Seria necessária a força de todos para poder mudar tanta coisa!
É a realidade.
E a pintora e poetisa sabe-o.
Um abraço
Peter,
Inês Barahona, o nome não me é estranho, será Inês Barahona de Almeida?
Nós não podemos nada sozinhos, caro Peter.
Um abraço
Caro Amaral,
Espero que tenga gostado da ilustração, obra da autora do poema... uma pintora "maldita" (digo eu).
Um abraço
Ai se eu pudesse...
Aqui está outra grande artista que eu desconhecia.
Obrigada mais uma vez pela partilha de informação.
Beijocas grandes
As cores vivas de Ema Berta - que eu desconhecia, embora bvoc~e já a tivesse publicado - são surpreendentes de forma positiva. Gostei/senti. Beijos.
MEG
Eu escrevi aqui um comentário que não encontro e tenho pena porque me sentia inspirada.
Eu dizia que tu és especial em descobrir talentos. Não daqueles talentos que têm uma máquina por detrás para os tornar maiores mas sim aqueles que são genuinamente aquilo que são.
Ema Berta é especial como especiais são todos os que por aqui têm passado.
Ah, se eu pudesse, Ema Berta, tanta e tanta coisa que não dá para ser sozinha!...
Abraço
Sei que Existes,
Se o que aqui trago servir para levantar um pouco o véu sobre a vida e obra destes autores, darei o objectivo por alcançado.
Um abraço
Caro Moacy,
Que bom que você gostou! Já publiquei e hei-de voltar a publicar... é uma das nossas grandes pintoras - esquecida em Paris, onde vive e trabalha.
Um abraço
Lídia,
Tens razão, aqui não há mercantilismo, há arte e da boa, sem amiguismos, por isso um tanto desdenhada e esquecida. Por isso lhes dou este "milímetro" de espaço.
Um abraço
Só há pouco tempo conheci fugazmente Ema Berta, precisamente em Sintra, no dia em que foi transmitido em directo um dos programas de televisão que me recuso a ver. A curiosidade levou-me a saber um pouco mais sobre a sua vida e obra, mas as informações que obtive foram poucas e vagas. Aqui está uma divulgação oportuna, no que me diz respeito pelo menos.
Abraço do Zé
Se eu pudesse também gostaria de ...., mas não só. Um poema vibrante e cheio de inconformismo e que transmite bem a impot~encia que se sente porque somos uma particula impotente do imenso universo.
.querida Meg
PARABÉNS!!!
por este
EXCELENTE__________trabalho
beijO____C_____carinhO
Se nós pudéssemos...quão diferente seria o mundo!
Feliz fim de semana.
Meg.Agradeco visita e as palavras,a estas aqui respondi,mas nunca é demais dizer que supreendes com coisas lindas de se ver e ler.
Beijinho bfs
A solidão só é boa quando a desejamos...que bela imagem
beijos e bom fim de semana amiga
Topei em ti, nos sítios que costumamos...
E vim deixar-te um beijo, mulher das causas esquecidas!!!
Olha o teu mar da varanda e pensa: vale a pena, ainda vale a pena revolver o lixo e reciclar o pensamento. Há sempre alguém que diz "não"!
Amigo Zé,
Talvez um dia faça um post sobre a vida de Ema Berta, porque quanto à obra é tão vasta que difícil é dá-la a conhecer neste espaço. Só mesmo uma pequena mostra.
Um abraço
Jo
Mesmo que tantos de nós pudéssemos,
contuaríamos a ser uma gota num oceano, infelizmente.
Um abraço
Betty,
Obrigada pela visita e pelas palavras.
Um abraço
São,
Essa é a verdade... seria tudo muito diferente, mas nós não podemos...sozinhos.
Um abraço
Lisa,
Obrigada pelo carinho das palavras.
Um abraço
Carla,
É verdade, a solidão também pode ser uma boa companhia, sempre que a desejamos.
Um abraço
Querida Bettips,
Estamos num tempo em que já não basta dizer não... é preciso fazer tanta coisa! Mas sozinhos? Essa é a grande decepção...
Beijos para ti
a pintura
e a poesia
são uma
indestrutível
força
de mudança
Quem me dera dar uma ajuda...
Oi, Meg, o Balaio de hoje está angolano. E a você muito devo esse renovado interesse pela poesia africana. Um cheiro.
Tantos "se" dizemos ao longo da nossa vida!
Sozinhas, é difícil concretizá-los.
É urgente unir esforços.
Obrigada, amiga, por trazeres ao meu conhecimento uma pintora que, confesso a minha ignorância, eu não conhecia, e que, além disso faz poemas (pelo menos este...) com tanta beleza.
Beijinhos
Mariazita
Lupussignatus,
Pena é serem tantas vezes esquecidas e até desdenhadas.
Um abraço
Filoxera,
Todos podemos ajudar, se formos atirando pedras para o charco.
Um abraço
Meu caro Moacy,
Já fui ver o Balaio e me senti em casa.
A magia de África pelas palavras de três amigos muito estimados.
Bem haja pelo carinho.
Um abraço
Mariazita,
É uma das nossas grandes pintoras, com uma vasta obra, mas, infelizmente pouco conhecida.
E poetisa também.
Um abraço
rogerCara Meg,
Obrigada pelo que escreveu sobre mim,
Sempre que queira pode contactar-me.
Um abraço
Ema Berta
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