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hoje estou triste
falta-me o ânimo e a alegria
uma súbita tristeza tomou conta de mim
não sei o que sinto, mas sinto-me assim...
apesar de ser natal... ou talvez por isso
hoje estou triste... e em silêncio
preciso de tempo, meus amigos...
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... de Maria Azenha
Vejo que as tempestades vêm aí
pelas árvores que, à medida que os dias se tomam mornos,
batem nas minhas janelas assustadas
e ouço as distâncias dizerem coisas
que não sei suportar sem um amigo,
que não posso amar sem uma irmã.
E a tempestade rodopia, e transforma tudo,
atravessa a floresta e o tempo
e tudo parece sem idade:
a paisagem, como um verso do saltério,
é pujança, ardor, eternidade.
Que pequeno é aquilo contra que lutamos,
como é imenso, o que contra nós luta;
se nos deixássemos, como fazem as coisas,
assaltar assim pela grande tempestade, —
chegaríamos longe e seríamos anónimos.
[...]
Rainer Maria Rilke,
in Das Buch der Bilder - O Livro das Imagens,
Tradução de Maria João Costa Pereira
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37 comentários:
Eu hoje tb estou triste! E que grande é o inimigo! Mas eu sou um pequeno David! E está aí o Inverno e eu ainda não acredito no Natal!
Um abraço MEGuinho
Há dias assim, Meg.
O Natal é apenas mais um dia que passa, digo eu. E os dias de 'neura' não escolhem épocas...
Um beijo
Meg.Talvez seja da época natalícia que se aproxima,e ficamos mais nostalgicos por ver tantas disparidades,uns com muito,outros com tão pouco!
Beijinho e boa semana,toca a ficar mais alegre,o dia não acaba hoje penso.
Lisa
Porque um dia não são dias, creio que amanhã tudo pode mudar para melhor.
A quadra nem sempre me consegue entusiamar, mas crianças e o seu olhar brilhante...
Abraço do Zé
Hoje também não é fácil para mim.
Beijos.
Quem me dera a mim estar triste e poder esolher e editar poesia desta qualidade... (Já que pensar em escrevê-la seria... inimaginável)
Saudações
Meg.
Há dias assim, tempos assim...novos tempos sempre virão e o Natal há-de passar.
Angustia-me sempre - longa história. mas
«apesar de ser natal... ou talvez por isso»
Beijinho
Natal é sempre uma festa da família, à medida que crescemos vamos perdendo pessoas queridas, então é em ocasiões assim que as ausências mais são sentidas, e nos deixam assim, sempre um pouco tristes, mas depois há de passar!
beijos
Meg
Quem não sentiu a tristeza dos dias? Natal, talvez.. mas não para todos. E porque é Natal (dizem) doem as ausências mais profundamente. E como se isso não bastasse os dias são pequenos e cinzentos...
Sabes, Meg, mesmo por entre as nuvens ainda há estrêlas que brilham.
Abraço
No ciclo das marés
há sempre
um Dezembrando
É da época, digo eu. espero, contudo, que a tristeza tenha ficado do lado de fora da porta.
amanhã, é outro dia. sorri.
Ah, esqueci-me de mencionar um "pormenor": para mim, a Maria Azenha é a maior poetisa portuguesa viva.
Pata Negra,
Obrigada, meu amigo. Não sabes como é bom receber uma palavra amiga...
Amizade também é isso.
Um abraço
Maria,
Minha amiga, em Dezembro há muitos dias assim. Demais!
Beijo para ti
Lisa,
Há tantos motivos para não me sentir feliz! Mas isto passa.
Obrigada pelo teu carinho e amizade.
Beijo
Zé,
Pois é... é que aqui também já não há crianças... falta o brilho dos olhos delas.
Um abraço amigo
Filoxera,
Aproveita as tuas crianças, elas são o Natal...
O resto são ausências.
Beijinho para ti
Caro JPD,
Obrigada por teres gostado do poema... belíssimo, digo eu...
Um abraço amigo
Ana,
É isso, por ser Natal.
Mas vai passar.
Beijinho para ti.
Sonia,
Quando há família... ou quando podemos juntar a família.
Obrigada pelo carinho.
Um beijo
Lídia,
Tinha saudades tuas.
Eu "sei" que há estrelas, só que h+a dias em que não consigo ver-lhes o brilho.
Talvez amanhã, quem sabe!
Beijinho
Mar Arável,
Como palavras tão simples podem significar tanto! Obrigada, meu amigo.
Um abraço
APC,
Estou a tentar, meu amigo.
Um abraço
APC,
Também gosto muito da Maria Azenha... um dia destes voltará cá novamente.
Um abraço
Para que nao continues triste, deixo-te o calor africano:
AFLUENTE / AFLUÊNCIA
Menino ainda
sonhei
e era rio
perdido no labirinto dos malaquites
ansioso por chegar à foz
mas como quem regressa ao berço.
Estranho Fado!
No sonho quente
eu era Lucala
serpenteando
Kianda
e lançando-me das altas
escarpas ruidosas
Menha – a Água Sagrada –
a despejar Kalandula
macio algodão
no ímpeto desejo de me encontrar
nos braços sendeiro Nação
do teu corpo força de Kwanza.
Namibiano Ferreira
Bom Ano e Feliz Natal!!
Então nem mesmo a FarmVille te entusiasma? Eu, como estou ali em contacto com parte da família, não quero outra coisa.
Vamos lá! «Alma até Almeida!»
Meg
Este é um tempo triste, de dias nostálgicos, de ausências sentidas, presenças e pertenças perdidas... Este é um tempo em que regressamos a nós para pensar o mundo e a sua natureza. O que vemos não nos deixa sorrir.
Um beijinho muito grande
Que bem que eu entendo essa tristeza!
Apesar de o Natal ser a festa do ano de que mais gosto, sou sempre atacada por uma certa melancolia, que na ceia de Natal se transforma em tristeza mesmo. Felizmente é momentânea; a algazarra dos netos não a deixa durar muito tempo :)))
Lindíssimo, o poema de Rainer Maria Rilke.
Uma boa noite e uma semana feliz.
Beijinhos
Mariazita
Querida Meg
É verdade, o momento que atravessamos não está para grandes alegrias. Depois o Natal trás outros Natais à memória e aí bate uma saudade muito grande.
Mas são instantes... tudo passa.
Beijinhos e que a tua alegria volte depressa.
Isabel
Namibiano, meu amigo,
Obrigada pelas palavras,pelo poema, pelo carinho. É bom ter amigos que se preocupam connosco.
Sabed que não tenho por hábito trazer para aqui os meus momentos menos bons, mas há circunstâncias na vida que, nesta altura do ano,se tornam mais difíceis de suportar,mas estou a tentar, com a ajuda dos amigos...
Passei ainda há poucas horas por um susto tremendo... talvez tenha ajudado...
Amanhã estarei de volta e irei visitar-vos.
Bem hajas, meu amigo!
Kandandu
Peter,
Eram duas da tarde, hoje, e eu estava no Fórum em Faro, no Jumbo, quando aquilo tudo começou a cair... não imaginas as correrias, o pânico. A evacuação teve de ser imediata. Ainda não estou em mim, mas sei que "acordei".
Obrigada pela força, Peter.
Um abraço
Maria João,
Para mim, esta não é uma época de muitas alegrias, mas, como podes ler pela resposta ao comentário anterior, às vezes, perante um episódio estranho, de repente "acordamos".
Aconteceu, minha amiga... ainda hoje.
Obrigada pelas tuas palavras.
Beijinho
Mariazita,
Se calhar é por isso mesmo... a algazarra dos netos.
Eles cresceram, Mariazita... faltam a presença de alguns netos.
Depois dos factos desta tarde, amanhã espero estar de volta.
Um beijo
Isabel,
Pnrigada, amiga.
Há ciclos que se fecham, mas a vida tem de continuar, mas no natal é tudo muito complicado.
Tomara Janeiro, já aí!
Beijinho para ti
É, por vezes, nos dias mais alegres...
que estamos mais tristes.
Por alguma razão....
Bjs
Ah, Meg... Lí várias vezes teu post, mas como estou me sentidno exatamente assim (ou pior), não consegui te dar força. Haverá de passar...
Um beijo, querida.
Não sabia do susto e sobressalto.
Antes que comecem as esperançosas palavras de natal - que há muito deixou de nos confortar, nomeadamente pelo que diz a "Agulheta" - deixo-te um abraço amigo.
Força Meggy, pelo menos com as palavras!
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