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Sabe-se lá por que me lembrei disto!!![...]
Deve ser do calor....
Mas sabem que era assim em 1972? . E HOJE?
Como no Reino só havia1 -Único Mestre que tudo podia e tudo o mandava, cada dê-erre pretendia enganar os outros fingindo que era o mais importante logo a seguir ao Chefe.Daí o conhecido estribilho . O EXCELENTÍSSIMO NÃO SABE COM QUEM ESTÁ A FALAR . que se ouvia frequentemente nas cenas de rua da Comarca dos Doutores. Filhos e netos de camponeses que enriqueceram, enriqueforam e que em ricos serão sempre camponeses por mais que disfarcem, estes exemplares caracterizavam-se por possuirem hábitos sedentários, preferindo as áreas das secretarias de outras de clima acentuadamente burocrático onde a vida decorre nos ciclos naturais da chuva e dos impostos. Deslocava-se com solenidade difusa, à custa dos seus canudos de bacharéis que utilizavam como membrana extensora do aparelho bucal e do abdómen ou com apêndice perfurador para abrir caminhos subterrâneos no planeta dos decretos. Hoje está históricamente provado que os dê-erres eram dotados de grande instinto gregário. Se bem que desvairados na voracidade, davam provas de apreciável sentido colectivo na luta contra a maioria dos mexilhões, dominando-os pelo cantar gargarejado com manobra de ponto e vírgula.Assinavam com DR., sempre com DR., fizesse sol ou tempestade. Transformaram essa marca no entre-parênteses dos seu nomes e não podiam dispensá-la ao telefone, na voz, na família e nas iniciais do pijama.[...] Excerto de "Dinossauro Excelentíssimo" de José Cardoso Pires (1972).
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21 comentários:
E num 24 de agosto (de 1954) suicidou-se um dos maiores presidentes do Brasil, até o momento: Getúlio Vargas...
Abraços.
E beijos.
Meg. Grande texto que todo o sentido nos retrata no actual,gostei de ler.Beijinho doce fica bem
Lisa
Como e o tempo fosse um grande ciclo de reprises...
Bj
Nami
Boa memória
Adorei esta tua partilha...pois!
Jinhos mil
Também mora na mina estante, mas, como centenas de outros, ainda não o li...
Beijos.
Temos larvas,
em vez de dinossauros,
excelentíssimas doutoradas e mestradas
em qualquer esquina.
Filhos que herdaram de pais nomes e favores.
Entram nas comissões, nos plenários, nas universidades de verão, nos gabinetes, nos inquéritos. Inundam o papel e o écran.
Foi isso que lembraste, infelizmente não foi o calor!
Bjinho
Entretanto o egoismo....tudo levou.
Lembro-me, escassos dias após a minha licenciatura, de ouvir: Dr.!?...Dr.!?
Olhei um pouco assustado...confesso.
Paulo
Cara Meg
A causa não é o calor, é o ciclo político que, ora, vivemos.
Trouxe-nos uma obra hilariante do Cardoso Pires que, para ser actual, bastaria que, em vez de dê-erre falasse em militantedopartidonopoder.
Um grande abraço
No Brasil diz-se: "Anafalbeto assina com uma cruz; doutor assina com duas!"
Continua fresquinho por aqui, neste blogue...
Saudações!
Assino: + +
Meu caro Moacy,
Eu era bem pequenina, mas já lia tudo o que tinha à mão... e lá em casa entrava o "Cruzeiro", leitura habitual. Por isso ainda me resta alguma memória desse triste acontecimento. Mais tarde pude tomar conhecimento mais aprofundado do Brasil dessa época.
Bem lembrado, meu Amigo!
Um cheiro
Lisa,
De vez em quando temos de olhar para o passado para sabermos como seguir em frente...
Um beijo
Mami,
E não é?
Nós sabemos que é, meu caro!
Um kandandu
Mar Arável,
Quase memória de elefante, meu caro, mas as circunstâncias ajudam quanto baste.
Um abraço
Filoxera,
Ora aí está uma boa altura para o leres... ou, se quiseres, vai aqui
http://arecalcitrante.blogspot.com/2007/09/cardoso-pires-por-cardoso-pires.html
Beijos
Querida Bettips,
Foram outros calores, minha amiga, esses mesmo de que falas tão bem.
É que são mesmo larvas... e não se lhes adivinha o fim...
Beijo ternos para ti
Maria Clarinda,
Que bom ver-te por cá, minha amiga!
O meu regresso também está para breve, passados os calores e a alucinação do Verão.
Um beijo
Paulo,
Que bom ter-te de volta a esta velha amiga... espero que esteja tudo bem contigo DR!, ahahahah!!
O que vale é que não és desses!
Em breve irei visitar-te, assim acabe Agosto, e tu sabes porquê!
Um abraço
Querida MPS,
Realmente tem razão, minha amiga, mas somos um povo que, de tão habituado a estas traficâncias que identifica facilmente...
A sua presença aqui, minha amiga,
é sempre um bom sinal... não quero sabê-la tão recolhida.
Um beijo
Caro Méon,
Essa não sabia, meu caro! Mas pensando bem, não deixa de ser curiosa a interpretação...
Fresquinho por aqui é muita amizade sua...e a sua preseça u carinho
Um abraço
Meg
Este calor deixa-nos de rastos. No quase final das férias, mais um dia, retomo as minhas visitas.
Espero que esteja tudo bem.
Abraço
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