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O Sol, de E. Munch
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Estou vivo e escrevo sol
Escrevo versos ao meio-dia
e a morte ao sol é uma cabeleira
que passa em frios frescos sobre a minha cara de vivo
Estou vivo e escrevo sol
Se as minhas lágrimas e os meus dentes cantam
no vazio fresco
é porque aboli todas as mentiras
e não sou mais que este momento puro
a coincidência perfeita
no acto de escrever sol
A vertigem única da verdade em riste
a nulidade de todas as próximas paragens
navego para o cimo
tombo na claridade simples
e os objectos atiram as suas faces
e na minha língua o sol trepida
melhor que beber vinho é mais claro
ser no olhar o próprio olhar
a maravilha é este espaço aberto
a rua
um grito
a grande toalha do silêncio verde
António Ramos Rosa,
in "Animal Olhar"
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46 comentários:
Minha cara,
um belo poema, o de hoje: seria um poema solar, a partir do próprio título?
Um cheiro.
Meg
Teu bom gosto e sensibilidade para a poesia me impressiona. Olhar sensivel... Bonito demais este poema.
Boa semana!
beijo
Meg. Muito bonita e sensivel a poesia deste autor! Adoro as palavras dele,cai bem na minha alma.
Beijinho fica bem.
Lisa
nascente
de
luz
Maravilha de partilha, um dos poemas de António Ramos Rosa que mais gosto.Jinhos muitos
Escrever bem pode ser a qualquer hora que eu vou arranjando tempo para ler, por absoluta necessidade.
Abraço do Zé
Meg
Pois que assim vale a pena ler poesia. Belíssimo.
Abraço
Ramos Rosa
sempre
Passa lá pelo meu cantinho que tenho um desafio para ti.
marinheiroaguadoce a navegar
Um abraço depois da saborosa leitura
Maravilha. Ficava já feliz com o título. Mas o poema se enquadra bem.
Fico feliz por gostares das minhas flores.
Beijinhos e boa semana.
Meu caro Moacy,
Ontem foi um dia particularmente solar... foi nesse sentido que publiquei mais este poema de Ramos Rosa, meu caro!
Um cheiro
Nydia,
Obrigada, minha amiga, mas o mérito é de Ramos Rosa... apenas e só.
Uma boa semana para ti, com um beijo
Lisa,
Gosto de te saber ainda por cá...
Tens razão, Ramos Rosa faz bem à alma.
Um beijo e boa semana
Lupussignatus,
Nascente de luz...
claro!
Um abraço
Maria Clarinda,
Depois dos últimos acontecimentos, apetece SOL... o sol de Ramos Rosa,
cara amiga.
Uma boa semana
Um beijo
Zé,
Que bom, meu amigo!
O meu tempo é que vai diminuindo com a chegada do Verão.
Um abraço
Caro Amaral,
Ramos Rosa é dos que vale sempre a pena... será "pena"?
Um abraço
Mar Arável,
Ramos Rosa é uma constante neste espaço, meu caro.
Um abraço
Marco,
Que maldade nesta altura, ahahah!
Já fui espreitar e claro que vou responder... asap... prometo.
Um beijo pela tua nomeação...
Tem uma boa semana
Um abraço
Pata Negra,
Se a leitura foi saborosa, fico feliz, pois foi minha intenção inundar de sol todos os que por aqui passam...
Um abraço amigo
Isabel,
Depois de Domingo, precisávamos de SOL... num belo poema.
Obrigada pelas flores.
Uma boa semana para ti, Isabel.
Um beijo
...e a desolação que paira num momento de sol, a inundar a vida
numa mansidão quente e nostálgica.
Ramos Rosa, sempre belo e difícil!
Beijos
Maria Mamede
Hoje não brilha o Sol por estas bandas, mas nem por isso a minha boa disposição esmorece, porque estou vivo e rodeado por pessoas a quem quero bem, a família.
Cumps
Querida Amiga,
Que o Sol sempre brilhe no coração de todos e um raio de calor humano inunde as mentes e os corações dos senhores das guerras reais e virtuais.
Um beijo amigo pata ti com votos de bom feriado,
Maria Faia
De fugida, para o beijo que cruzamos no espaço. Sempre a poesia a palavra a cor. Mesmo dum desregrado em grito, como Munch e o sol - vem por ti, é a calma de pensar dias melhores.
MEG
Um poema de autenticidade em que se busca na verdade a beleza das coisas.
Só assim se vive o sol sem recear o seu brilho que nos desnuda.
Só assim somos gente.
Belissímo este poema de António Ramos Rosa.
Abraço
um dia gostava de escrever assim, nem vou tocar no poema, é belo demais!
beijos meus!
"Hoje estou vivo e escrevo sol" uma frase que devíamos escrever todos os dias da nossa vida. Infelizmente nem sempre nos lembramos sequer, que ele, o sol, existe.
Gostei muito do poema.
B eijos, Meg.
"...ser no olhar o próprio olhar..."
Detive-me nele!
Obrigada por este sol que é António Ramos Rosa!
Beijinho
meg:
venho me atualizar.
um beijo.
romério
Bom fim de semana.
marinheiroaguadoce a navegar
Um poema de ARR que eu não conhecia, mas identificável pelo "silêncio verde".
Ótima escolha do poema Meg.
Um beijo
Maria Mamede,
Difícil, mas sempre fascinante a poesia de Ramos Rosa, minha amiga.
Um beijo
Guaedião,
Afinal parece que tiveste sol, e muito calor...
Espero que tenhas tenha um bom bim de semana prolongado.
Um abraço
Maria Faia,
Pelo menos sol, o próprio, tivemos muito cá por baixo e um calor horrível... os feriados foram de muito trabalho, o que já esperava.
Um beijo
Querida Bettips,
E dias melhores virão concerteza, que piores do que estes que atravessamos...
Um beijo cansado... tu sabes.
Lídia,
É verdade, só assim somos gente.
E assim queremos continuar.
Um beijo
ParadoXos,
Ramos Rosa é para mim um dos nossos maiores poetas.
Heduardo, mas tu também sabes que escreves muito bem...
Um abraço
Carminda,
Sol foi o que não faltou este fim de semana que termina... sol e um calor de torrar.
Para quem não pôde ir à praia, imagina!
Um beijo
Utopia das Palavras,
Ausenda,
Tu que também estás cá pelo sul, sabes que sol e calor foi o que tivemos até demais estes últimos dias. E, no meu caso, muito trabalho.
Por isso vos deixei Ramos Rosa.
Um beijo
Romério,
Temos andado desencontrados, meu amigo. Mas continuamos a cruzar-nos por aí, sem palavras, mas sempre presentes.
Um beijo para ti
Marco,
Ainda só agora parei um bocadinho, e a semana, como imaginas, vai ser muito mais calma.
Uma boa semana para ti também.
m abraço
Peter,
Sei que és um incondicional do Poeta... fico feliz.
Um abraço
Menina do Rio,
Verónica,
Também tens muito bom gosto, Ramos Rosa é um Poeta com letra maiúscula.
Um beijo
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