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Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso. Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
Pablo Neruda
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«««o»»»
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40 comentários:
Não comento Pablo Neruda, porque nem capacidade tenho para isso.
Como todos os poemas dele, esté é belíssimo. Retenho os últimos versos "...nega-me o pão ........ mas nunca o teu riso, porque então morreria".
Isto, sim, é POESIA!
Obrigada, Meg.
Beijos, deste lado nosso
belo...neruda...
.......................................!estou sem palavras............tenho de ouvir esse riso!
abraço do vale para Meg
Gosto muito de Pablo Neruda e gosto desta mensagem. Gosto de sorrisos, de risos cristalinos, gosto de alegria. Faz bem à alma.
Beijinhos.
meg:
o homem do chile é sempre importante.
um beijo.
romério
adoro este poema ...
foi bom relê-lo
beijinhos
Um belo poema.
Bom ano.
marinheiroaguadoce a navegar
Maria,
Também temos de ver a vida por este lado... com verdadeira Poesia.
Beijos
Duarte,
Pois também precisamos de risos cristalinos...
Um abraço para o vale
Bipede Implume,
Isabel, a vida não pode ser só de lágrimas e tristezas.
E este poema de Neruda é uma lufada de ar fresco.
Beijos
Romério,
Se é importante, meu caro amigo!
Beijo
Isabel,
Então estamos em sintonia...
Beijo
Marco,
Que bom voltar a ver-te por aqui!
Não voltes a desaparecer...
Um abraço
Querida Meg:
Adoro Pablo Neruda e este é sem dúvida um dos seus mais belos poemas.
Beijos
Meg! Poeta grande,com palavras grandes e nem temos argumentos para dizer o contrário,assim é Pablo Neruda,este poema é muito lindo,entranha em nós as palavras,adorei.
Beijinho pela visita e amizade que tenho por ti mesmo sendo virtual.
Lisa
Meg,
li, reli, e vou daqui mais alegre. Rir faz bem à saúde, e é cura de muitos males.
Ainda bem que publicaste este lindo poema de Neruda.
Beijos
Lindo, como tudo o que ele escreveu, como ele deve ter sido. Bom 2009 para ti, com risos e sorrisos.
Beijo
Pablo Neruda
sempre
Papoila,
Às vezes chega a ser difícil escolher... Neruda é assim.
Um beijo
Agulheta,
Lisa, Neruda é um poeta de excepção.
Obrigada pelas tuas palavras.
Um beijo
Carminda,
Também precisamos de risos, que a vida já tem bastantes lágrimas.
Espero que estejas melhor.
Beijinhos
Metamorfose,
Gosto de te ver de volta.
Um bom 2009 para ti também, e que ele te traga tudo o que mais desejares.
Um abraço
Mar Arável,
Neruda nunca é demais, é verdade!
Um abraço
Se a poesia nos aquece a alma, o sorriso ou até o riso de quem queremos bem é um bálsamo que nos faz gostar da vida.
Abraço do Zé
Meg
Bela escolha este poema. Bom fim-de-semana.
Abraço
Podia ter dito apenas:
rir ainda é o melhor remédio!
Mas está bem, como se tratava de uma amada, tinha que estender as palavras como que espalha pepsodent pela escova.
Um abraço e que não se entenda que Neruda não é meu
Maravilhoso amor!
Beijos.
Zé,
E se cada vez mais precisamos destes bálsamos!
Um abraço
Pata Negra,
Claro que sei que Neruda é teu!
E rir também é o melhor remédio.
Um abraço
Amaral,
Obrigada. Bom fim de semana para si também.
Um abraço
Filoxera,
É maravilhoso o amor, sim. Neruda também o define assim.
Beijos
Um poema que marcará a nossa história ... o nosso querido Pablo Neruda.
Obrigada por partilhar.
Beijo
Meg
Neruda é o poeta da minha paixão. Aqueles versos que trauteio nos momentos tristes.
E Neruda sabia cantar o amor como ninguém. Este poema é disso exemplo.
O fecho do poema é fabuloso.
Abraço
Conceição Bernardino
Os poemas de Neruda têm também essa particularidade. Ele é genial.
Um abraço
Silêncio Culpado
Lídia, também precisamos desta poesia, e de sorrisos francos, para amenizar o nosso viver.
Um abraço
Há um tempo para morrer.
Há um tempo para a poesia.
Há um tempo para a magia.
Há um tempo para viver.
Há um tempo para Resnais.
Há um tempo para Neruda.
Há um tempo para beijar.
O mesmo tempo para cheirar.
Meg, gosto do poema. Sobretudo porque é a terceira estrofe que, "como uma espada fresca", me deixa mais a pensar! Tenho o domingo todo para isso.
Um abraço
Olá, amiga!
Um belo poema, sem dúvida!
Mal se começa a ler, sem saber ainda de quem é, logo se vê que é de quem sabe da poda.
Bom fim de semana.
Bjs
Meu caro Moacy,
Há um tempo para... quase tudo.
Obrigada pelo poema.
Um beijo, um cheiro e até breve!
Zef,
Espero que chegues a uma conclusão, meu caro, que o poema merece.
Um abraço
Amigo Vieira Calado,
Um poema de quem sabe da poda... Neruda a fazer-nos sorrir com a alma.
Um abraço
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